Junho, um mês que inspira romantismo
Para festejar o amor e também a amizade...
Os céticos criticam e os românticos comemoram.
Se não tem um amor, tenha amigos por perto.
Não existem caminhos para encontrar o amor e muito menos segredos para mantê-lo, simplesmente porque as pessoas são diferentes.
O amor acaba... (?)
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
Texto extraído do livro "O amor acaba" - 2ª Edição, pág. 21.
Gosto de pensar que o amor seja cíclico ou que tenha vários braços para abrigar outros sentimentos ou que em qualquer ocasião e por vários motivos ele recomeça.
Na verdade, publiquei a crônica justamente para pensarmos o amor e antes que ele acabe... Vamos festejar o amor que temos ou o amor que tivemos ou mais ainda, o amor que porventura há de vir...
*Quem assistiu ao filme "Amor"?
*Quem assistiu ao filme "Amor"?
Assine para receber os textos do "Luz de Luma" em seu e-mail ou acompanhe pelo Facebook
Gosto da ideia de ter o amor vários braços, Luma. Não sei se ele acaba... embora tenha apreciado a musicalidade dessa crônica do Paulo Mendes Campos e todas as imagens por ela capturadas, acho mesmo que não. Mas um dos braços pode pender, cansado... o que modifica tudo, não é mesmo?
ResponderExcluirAbraço!
E estamos precisando tanto de amor... Cada vez mais. Mas parece que a cada dia há menos disso no mundo. Achei a foto que vc escolheu linda e esse trecho extraído igualmente belo, ao mesmo tempo que explicativo do amor em sua multiplicidade. Muito bom. Bjs e bom fim de semana.
ResponderExcluirBom dia
ResponderExcluirO amor nunca acaba. Transforma-se.
Mesmo no tempo em que se acaba o sexo aumentam as carícias das mãos e dos olhares.Aumentam os sonhos e as recordações.
Gosto de ver um casal de avôs passeando de mão dada.
Eles continuam a amar-se numa equação infinitamente bela.
Luma,
ResponderExcluirO amor jamais acaba. As formas e o objeto de amor mudam. O amor, em sua essência, jamais acaba. É infinito.
Beijo, menina
Festejo sim o amor que tenho, que tive e que terei, pois amar é e tem que ser um exercício diário; como atender as nossas necessidades básicas. Um grande abraço, uma feliz e abençoada semana! Beijos!
ResponderExcluirAh! Que bom ler Paulo Mendes Campos: não perdia uma só crônica dele nos meus áureos tempos de leitora voraz. parabéns pela escolha. Amei! Beijos!
ResponderExcluirQuase dançamos ao ler este excelente texto do Paulo Mendes Campos . O amor não acaba Luma ! Ele é, mas muda de forma, de intensidade.....
ResponderExcluirGostei de te ler agora cedo !
Um beijo grande com carinho ♡
Não acredito que o amor acabe, ele está sempre em movimento, ele muda de lugar, mas ele está sempre presente. Pelo menos é assim que eu penso.
ResponderExcluirUm abraço e bom fim de semana
Excelente post! Adorei também a foto. O costume é ver jovens enamorados, mas o amor também se vive na velhice.
ResponderExcluirO amor pode ter pausas, mas nunca acaba.
Bom fim de semana
Lindo texto e post,Luma e o tema AMOR sempre é legal!
ResponderExcluirO amor tem braços pra abraçar e assim o deve fazer:aconchegar, acolher o amor e os frutos dele.
E o amor não acaba, continua firme e forte pelos anos afora!Ainda bem!rs bjs, lindo fds! chica
Bem colocado: festejar o amor que temos, ou que tivemos, ou que por ventura iremos ter. Não importa, importa é sentir, é saber que vivemos este sentimento e que não foi em vão. Beijos!
ResponderExcluirO amor verdadeiro não acaba,
ResponderExcluirapenas se transforma,amiga!
Acredito no amor em todos os seguimentos!
Bjus e lindo final de semana!
http://www.elianedelacerda.com
O amor acaba....mas renasce, brota, ressurge...
ResponderExcluirO problema é se não renascer, se não brotar, se não ressurgir no coração dos humanos...
Problemas sociais, degradação da natureza, fome, abandono nos asilos, matadouros, granjas.....etc, etc...é a ausência do amor...
Amor que não vingou...(no nosso coração, nas nossas atitudes!!!!)
beijinhos, Luma, tenha um bonito final de semana,
Lígia e =^.^=
Insisto na tese de que o amor não acaba: o relacionamento acaba; se rompe; se deteriora; e por fim, não permite haver convivência, relacionamento, convívio, dialogo.
ResponderExcluirQuem ama, amará sempre, ainda que não exista mais relacionamento. Amo muitas pessoas e mantenho relacionamentos próximos, médios e distantes. Sinto amor por pessoas que o relacionamento é distante, afastado, ocasional.
Que lindo texto!
ResponderExcluirAcho que amor tem em toda parte e de todos os jeitos.
Temos que percebê-lo e aprender seus trejeitos, pois ele muda a cada instante.
Um lindo fim de semana para você.
Beijos querida.
Oi Luma, que post interessante, tantas facetas do amor...
ResponderExcluirSim, o amor pode acabar, mas só se não cuidarmos bem dele.
Adorei o vídeo Só de mim, acho que muitas vezes só percebemos que tínhamos tudo quando perdemos...
Neste junho vou comemorar o 29 ° Dia dos Namorados com meu marido, já passei mais tempo de minha vida com ele do que sem....e ainda cultivamos o romantismo. O amor é algo que dá trabalho, é preciso cuidar muito bem, mas vale à pena!
Bjs
Boa tarde Luma
ResponderExcluirQue estudo interessante, o dificil é não ter a solidão,
quando ela se instala , é dificil de mandar ela embora,
acho que solidão e tédio andam juntas em um relaciona-
mento, cruz credo.
beijinhos
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Ainda bem que temos a capacidade de amar varias vezes, mas acho que um amor nunca é igual ao outro. Amamos pessoas diferentes e de formas diferentes, eu acho.
ResponderExcluirBjs
Luma que o amor se espalhe pelos ares de Junho, o amor é maravilhoso, Luma beijos.
ResponderExcluirhttp://www.lucimarestreladamanha.blogspot.com.br/
Oi Luma! Acho que o amor não acaba,o que acaba é a paixão e a idealização que fazemos de outra pessoa.Se vc ama de verdade,nunca deixa de amar.Acredito nisso.Beijos!
ResponderExcluirNão assisti ao filme...mas vou estar atenta à programação nos canais de cinema!
ResponderExcluirO Amor...se acaba...acaba com quem amava e com quem era amado! Bj
Oi Luma! O meu amor acabou e o que me era dado também. Estou na expectativa do que há de vir! Beijo! Renata
ResponderExcluirAlguns não acabam, por exemplo das mães por seus filhos, outros são cíclicos, quanto mais amor, melhor, em todos os sentidos!
ResponderExcluirAssisti ao filme, não gostei, mas independentemente disso, mostra que amor é algo muito maior do que podemos imaginar.
O amor é um doce e sublime sentimento e diversas são as formas de amar todas importantes e memoráveis e antes que a noite acabe vamos amor muito!!!
ResponderExcluirE viva o amor com braços longos que nos acolhe com a ternura de um doce afago
Uma boa semana amiga
Beijos e um sorriso
Olá Luma.
ResponderExcluirO amor nunca acaba, é infinito, é um sentimento lindo, renovador, que faz das nossas vidas algo maravilhoso. Uma linda semana . Abraços.
Luminha, penso como você: o amor é cíclico. Agora eu gostei mais dos vários braços que o amor tem ou poderá ter. Isso é uma 'vera verdade'. O amor é um polvo então rsrs, um lindo polvo!
ResponderExcluirUm beijo amore s2
Eu assisti ao filme Amor. Gostaria um dia de conseguir escrever sobre ele.
ResponderExcluirBeijo!
A crônica que transcreveu é pura poesia, embora a temática seja de uma tristeza só, o fim do amor. Ceio que os sentimentos se transformam, se não forem cuidados, mudando de nome. Bjs.
ResponderExcluirOi Luma,
ResponderExcluirCostumo dizer que o primeiro e último amor é o amor próprio. Se você não tem auto estima elevada é incapaz de doar e aceitar o amor dos outros.
Big Beijos
Lulu on the Sky
Luma, muito ousada tua postagem exalando romantismo no título e destacando de como o amor acaba, rs. Adoro. Adoro postagens assim, inusitadas.
ResponderExcluirJá conhecia o texto do Paulo e sempre achei brilhante.
Sou arromântica e, portanto, super favorável às afirmações que tua leitora Lulu on the sky afirmou. O verdadeiro amor é e sempre será o próprio.
Beijos.
Rivotril com Coca-Cola
O verdadeiro amor...bom, esse não acaba! Eu acho...eu sinto que não acaba!
ResponderExcluirBShell
blueshell.azurara.net
Não posso falar de amor no sentido de relação sentimental...
ResponderExcluirE tenho como lema : antes só do que em má companhia!
Minha linda, lhe desejo feliz semana
O amor acaba ou se transforma. Hoje fico com o poeta Vinicius de Moraes "Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores. Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!" Bjs e linda semana romântica pra todos nós. y
ResponderExcluirNão (sempre disseram para não começar com uma Negativa rsrsrs Ow desobediente) assisti ao filme, amora :-(
ResponderExcluirLi, há séculos, a biografia de uma missionária que perdeu seu primeiro-único amor e quando estava no auge da dor (ele casou com sua irmã) o pai dela disse a ela: "Não perca esse sentimento, leve-o para outra pessoa. Aliás, ele é tão grande que você pode distribuir para várias e vai dar de sobra" Foi o que ela fez, abraçando a causa missionária e salvando muitos judeus fugitivos durante a segunda guerra.
Seria bom se pudéssemos fazer isso com o amor que já não pode ser dirigido a determinada pessoa. Perdê-lo é mesmo um desperdício...
O amor, como começa, acaba. Sei que sim. O importante é que não deixe buracos na alma!
ResponderExcluirBeijo
O texto é muito bom, Luma, mas preciso colocar a minha pergunta: acaba... ou se renova? :) Boa semana!
ResponderExcluirOi Luma!
ResponderExcluirJunho definitivamente não é um mês de boas lembranças p/mim. Perdi meu pai e minha mãe em Junho e ainda existiram outros acontecimentos que também não me deixam ter simpatia por ele. Em compensação, adoro as festas JUNINAS!
Bjssss querida e uma semana de sucesso e abençoada p/vcs
O amor não acaba... o que acabam são os relacionamentos! O amor se renova sempre! Bjks Tetê
ResponderExcluirOlá, Luma, já canso por me repetir, dizendo que sua postagem é ótima?
ResponderExcluirE é um excelente tema para debate e reflexão - mesmo que no silêncio de nós mesmos.
Já conhecia essa "pérola" do P.M.Campos, que tão bem descreve esse amor que vai...
Há quem afirme categoricamente que o amor não acaba, que se transforma, que estagna, que se deixa afogar por circunstâncias, que isto, que aquilo...
Há quem defenda que se acaba, é porque não era amor.
Há quem defenda que o amor até pode virar ódio.
Há quem defenda que amor, que é amor, não conhece o ódio.
Há tantos a dizerem tanta coisa...
E há você, que quer que "o amor tenha vários braços para abrigar outros sentimentos" - e eu adorei esse seu desejo e, também eu imagino um amor assim.
A analisar - se me permite a expressão - os temas de suas postagens, imagino-a uma pessoa que questiona bastante; que sonha o que um ser humano sensível é capaz de sonhar; metódica, porque constrói postagens completas, que sabemos bem o trabalho que impõem; que, por tudo isso, me leva a acreditar que tenha um coração capaz dum amor assim, com muitos braços.
Mesmo que à distância, apenas ligadas por palavras, é bom tê-la aí desse lado e vir até aqui lê-la.
bjn amg
Ele pode acabar.
ResponderExcluirAcredito que o verdadeiro amor não acaba, apenas passar por ciclos como nossa vida.
ResponderExcluirBj e fk c Deus
Nana
http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com.br
Ah, postagem mais bacana, amei o texto, na verdade viajei nele...Engraçado como o processo do amor acaba como água corrente em bica, mas o fim mesmo é uma gota que contém tudo.
ResponderExcluirGosto de solidão, mas não o tempo todo. Hoje em dia as pessoas enganam muito a necessidade de se socializar usando as redes sociais...Não que não tenha seu valor, mas o importante é cada um detectar e preencher seus vazios.
Beijos!
Luma,
ResponderExcluirJunho é considerado o mês dos namorados dos casais apaixonados.
O verdadeiro amor não acaba, renasce a cada dia.
O amor super e suporta tudo, quem ama passa por provações e vence
todas.
Grande bjo no seu ♥
Ah, o amor.. tão explicito e contraditório.. quando se pensa que o entendeu, ele recomeça ou destrói tudo de vez e, ainda assim, como podemos viver sem ele? <3
ResponderExcluirE que pérola marcante do Mendes Campos, uma beleza! Grande abraço!
Ewerton Lenildo - Viajante das Letras - viajantedasletras.blogspot.com
A vida é ciclica e o amor, como os demais sentimentos, passam por seus ciclos. Com tantas coisas marcadas (o tempo, os dias, os anos...) nao seriam os sentimentos q deixariam de (re) produzir estes ciclos. E, de fato, uma perola do Paulo M. Campos... bjo!
ResponderExcluirGostei imenso de ler o texto de Paulo Mendes Campos, não conhecia.
ResponderExcluirO amor, enquanto sentimento, não acaba; o amor que une (ou uniu) duas pessoas pode acabar, dando lugar a outras nuances do afeto que permite continuarem juntos ou levar a ruturas.
Já li inúmeras "receitas" para que ele se mantenha aceso numa relação; mas, precisamente porque implica duas pessoas, ambas devem caminhar para o mesmo objetivo.
Bjuzz, Luma :)
... E o amor acaba?
ResponderExcluirNão, ele se camufla em outros sentimentos...
Vou procurar este filme, achei interessante.
Bjo na menina romântica!
Querida Luma
ResponderExcluirPrefiro pensar que o Amor recomeça.
A melhor parte do seu texto é o convite a festejar o Amor.
Obrigada.Convite aceite.
Vamos festejá-lo.
Um beijinho
Beatriz