Cortes de amor
Castelo de Aquitania
Eleanor de Aquitânia era uma das mulheres mais poderosas e influentes da idade média. Falava cerca de 8 línguas, sabia matemática, astronomia, leis e filosofia, em uma época em que a maioria dos governantes eram analfabetos. Sagaz politicamente e de grande poder crítico, com 15 anos era dona de grande território, lugar que hoje é a França.
Com todas essas qualidades, além de ser bonita, era a noiva mais desejada da Europa. Casou com Luís VII e estendeu seu território até os Pirineus. Ela queria mais e mandou o marido para a Segunda Cruzada e como naquela época também o poder era medido pelo número de batalhas e territórios conquistados, ela queria Edessa e o marido Jerusalém. No meio das divergências de alcova, Luís fracassou em Damasco e perdeu a esposa. Ela muito esperta, fez com que o papa Eugénio III anulasse seu casamento por consanguinidade para dar tchau à França e alô à Inglaterra.
Eleonor em poucas semanas casou-se com o Conde de Anjou, futuro rei Henrique II da Inglaterra - as línguas feridas diziam que ela já mantinha o romance antes mesmo de se separar de Luís VII - Mais tarde, quis desfazer este último casamento e foi encarcerada pelo marido na fortaleza de Chinon e mantida longe da corte até a morte de Henrique. Os filhos se revoltaram contra o pai e iniciou-se uma rebelião familiar e por conseguinte, uma grande richa histórica entre Inglaterra X França.
Com todas essas qualidades, além de ser bonita, era a noiva mais desejada da Europa. Casou com Luís VII e estendeu seu território até os Pirineus. Ela queria mais e mandou o marido para a Segunda Cruzada e como naquela época também o poder era medido pelo número de batalhas e territórios conquistados, ela queria Edessa e o marido Jerusalém. No meio das divergências de alcova, Luís fracassou em Damasco e perdeu a esposa. Ela muito esperta, fez com que o papa Eugénio III anulasse seu casamento por consanguinidade para dar tchau à França e alô à Inglaterra.
Eleonor em poucas semanas casou-se com o Conde de Anjou, futuro rei Henrique II da Inglaterra - as línguas feridas diziam que ela já mantinha o romance antes mesmo de se separar de Luís VII - Mais tarde, quis desfazer este último casamento e foi encarcerada pelo marido na fortaleza de Chinon e mantida longe da corte até a morte de Henrique. Os filhos se revoltaram contra o pai e iniciou-se uma rebelião familiar e por conseguinte, uma grande richa histórica entre Inglaterra X França.
Castelo de Chinon, lugar onde Joana D'arc disse à Delfim da França que ele era filho legítimo do rei da França. O castelo está em ruínas, a parte onde ocorreu a conversa foi demolida a pedido do Cardeal Richelieu
Seu filho predileto, Ricardo, coração de Leão era homossexual e a descendência estava comprometida. Morreu por uma flecha envenenada e o irmão João, sem terra foi elevado ao trono, mesmo odiado pelos monarcas e população. Este foi frequentemente retratado como vilão nas histórias de Ivanhoé e lendas de Robin Hood.
As mudanças de mentalidade e costumes da época promovidas por Eleonor repercutem até os dias atuais. Quando foi morar em Paris os habitantes eram rudes e grosseiros, diferente do ambiente elegante e sofisticado de Poitiers, onde ela foi criada. Era notório o seu gosto pelo luxo e prazer. Naquela época, encontrar o par perfeito significava igualdade de status, poder e riqueza e coube à Eleonor estabelecer a corte do amor - os rituais de base, assim inventados, a seguir:
A cultura dos trovadores foi um produto rebelde da era feudal. O primeiro trovador de que se tem notícia foi Guilherme, Duque da Aquitania e Conde de Poitiers ( 1071-1127), cruzado cuja carreira artística iniciou-se a partir da descrição obscena dos seus sucessos com mulheres, mas que culminou na criação de canções amorosas inspiradas pelo êxtase místico, algo que, até então na Europa, só poderia ser encontrado em textos de religiosos devotos.
A neta de Guilherme, Eleanor da Aquitânia ( 1122?-1204 ), Rainha da França e depois, da Inglaterra, mãe de Ricardo Coração de Leão, transformou-se no espírito principal de uma civilização cortês que, a partir da sua própria corte e daquela das suas filhas e netas, disseminou sua influencia pela França e pela Espanha.
A cultura cortês distinguia-se por meio de um festival conhecido como “puys d´amour” ( as cortes do amor), uma espécie de debate que era ao mesmo tempo jocoso e o sério e que se dava entre os trovadores se apresentando diante da Rainha e das dama da cortes. Os puys d´amour representavam a alma da nova civilização e, assim como as cantigas de amor de Guilherme, transformaram-se na paródia de formas seculares (legais e escolásticas) e eclesiásticas.
Quando finalmente Eleanor estabeleceu sua corte em Poitiers, ela já possuía vasta experiência sobre questões legais. Como Rainha da Inglaterra ela com freqüência substituiu o marido quando se ausentava da corte, arbitrando também as disputas que aconteciam nas Cortes da Lei. Ela publicou uma compilação das leis dos mares, As Leis de Oléron. Havia ainda uma tradição nas alegorias medievais nas quais se encontravam mulheres na função de promotoras de justiça; No “ O Parlamento do Céu”, Perdão e Justiça, personificadas como “as filhas de Deus”, debatiam o destino do Homem ante a Corte Celestial. Foi assim que também Eleanor e suas filhas adjudicaram nas Cortes do Amor.
*Eleanor de Aquitânia foi magistralmente interpretada por Katharine Hepburn no excelente filme O Leão no Inverno (The Lion in the Winter de Anthony Harvey, 1968).
Mas o que realmente aconteceu desde então? Até que ponto o passado ainda nos influencia?
Cada nova geração existe uma nova descoberta e esta não se dá a partir do nada. As descobertas se fazem a partir de um pensamento já existente, como um aperfeiçoamento. Os valores como poder, ter e saber - ações ditas filosófias, mesmo diante da preguiça mental reinante e dos avanços tecnológicos, existem! Pois, em dado momento, sem perceber, o homem moderno procura por reflexão, abstração ou contemplação daquilo que o cerca.
Não temos noção do poder das idéias, mas elas são tão importante quanto o ar que respiramos [1]. Assim, um homem sem idéias (pensamentos), praticamente não existe. Estamos sem perceber, a todo momento refletindo, até mesmo quando dormimos.
A corte do amor, ou simplesmente o amor, entram nesta idéia de pensar, refletir para existir. Os sentimentos se fortalecem ou enfraquecem a partir dos pensamentos que temos. Controlar os próprios pensamentos é tão importante para o homem quanto respirar [2]. Assim, a 'idéia' desperta em nós o sentimento.
Basta dizer que antes de encontrarmos a pessoa amada, desejamos este momento. As idéias são como uma preparação para que a ação ocorra. É essa motivação que nos leva à ação.
De maneira geral, qualquer pensamento está acompanhado de um sentimento. O mundo humano gira em torno de um eixo, na direção da ordem moral da vida. Assim, pensamos sempre em decidir o melhor. Se tenho a capacidade de decidir o melhor para o meu mundo, a afirmativa "as idéias movem o mundo" está corretíssima!
Então, cuidado com o que você pensa! Que suas idéias sejam carregadas de amor!
Quer mais sobre Eleanor, uma rainha que sonhou um dia unir a Europa?
As mudanças de mentalidade e costumes da época promovidas por Eleonor repercutem até os dias atuais. Quando foi morar em Paris os habitantes eram rudes e grosseiros, diferente do ambiente elegante e sofisticado de Poitiers, onde ela foi criada. Era notório o seu gosto pelo luxo e prazer. Naquela época, encontrar o par perfeito significava igualdade de status, poder e riqueza e coube à Eleonor estabelecer a corte do amor - os rituais de base, assim inventados, a seguir:
Corte do Amor: Os rituais de base
O início da idade do amor galante e cortês se deu no sul da França há uns oitocentos anos, no começo do século doze, combinando as influências dos mistérios celtas do Rei Artur e as idéias advindas do oriente através das cruzadas, junto aos materiais pré ou não-cristãos.A cultura dos trovadores foi um produto rebelde da era feudal. O primeiro trovador de que se tem notícia foi Guilherme, Duque da Aquitania e Conde de Poitiers ( 1071-1127), cruzado cuja carreira artística iniciou-se a partir da descrição obscena dos seus sucessos com mulheres, mas que culminou na criação de canções amorosas inspiradas pelo êxtase místico, algo que, até então na Europa, só poderia ser encontrado em textos de religiosos devotos.
A neta de Guilherme, Eleanor da Aquitânia ( 1122?-1204 ), Rainha da França e depois, da Inglaterra, mãe de Ricardo Coração de Leão, transformou-se no espírito principal de uma civilização cortês que, a partir da sua própria corte e daquela das suas filhas e netas, disseminou sua influencia pela França e pela Espanha.
A cultura cortês distinguia-se por meio de um festival conhecido como “puys d´amour” ( as cortes do amor), uma espécie de debate que era ao mesmo tempo jocoso e o sério e que se dava entre os trovadores se apresentando diante da Rainha e das dama da cortes. Os puys d´amour representavam a alma da nova civilização e, assim como as cantigas de amor de Guilherme, transformaram-se na paródia de formas seculares (legais e escolásticas) e eclesiásticas.
Quando finalmente Eleanor estabeleceu sua corte em Poitiers, ela já possuía vasta experiência sobre questões legais. Como Rainha da Inglaterra ela com freqüência substituiu o marido quando se ausentava da corte, arbitrando também as disputas que aconteciam nas Cortes da Lei. Ela publicou uma compilação das leis dos mares, As Leis de Oléron. Havia ainda uma tradição nas alegorias medievais nas quais se encontravam mulheres na função de promotoras de justiça; No “ O Parlamento do Céu”, Perdão e Justiça, personificadas como “as filhas de Deus”, debatiam o destino do Homem ante a Corte Celestial. Foi assim que também Eleanor e suas filhas adjudicaram nas Cortes do Amor.
Mas o que realmente aconteceu desde então? Até que ponto o passado ainda nos influencia?
Cada nova geração existe uma nova descoberta e esta não se dá a partir do nada. As descobertas se fazem a partir de um pensamento já existente, como um aperfeiçoamento. Os valores como poder, ter e saber - ações ditas filosófias, mesmo diante da preguiça mental reinante e dos avanços tecnológicos, existem! Pois, em dado momento, sem perceber, o homem moderno procura por reflexão, abstração ou contemplação daquilo que o cerca.
Não temos noção do poder das idéias, mas elas são tão importante quanto o ar que respiramos [1]. Assim, um homem sem idéias (pensamentos), praticamente não existe. Estamos sem perceber, a todo momento refletindo, até mesmo quando dormimos.
A corte do amor, ou simplesmente o amor, entram nesta idéia de pensar, refletir para existir. Os sentimentos se fortalecem ou enfraquecem a partir dos pensamentos que temos. Controlar os próprios pensamentos é tão importante para o homem quanto respirar [2]. Assim, a 'idéia' desperta em nós o sentimento.
Basta dizer que antes de encontrarmos a pessoa amada, desejamos este momento. As idéias são como uma preparação para que a ação ocorra. É essa motivação que nos leva à ação.
De maneira geral, qualquer pensamento está acompanhado de um sentimento. O mundo humano gira em torno de um eixo, na direção da ordem moral da vida. Assim, pensamos sempre em decidir o melhor. Se tenho a capacidade de decidir o melhor para o meu mundo, a afirmativa "as idéias movem o mundo" está corretíssima!
Então, cuidado com o que você pensa! Que suas idéias sejam carregadas de amor!
Quer mais sobre Eleanor, uma rainha que sonhou um dia unir a Europa?
Isso é o que eu chamo de um blog com conteúdo!
ResponderExcluirElaiá...
Adorei a história de Eleanor, Luma! Isso é que é mulher decidida, menina =)
E gostei bastante da contextualização histórica. Acho que é isso que falta pra muitos brasileiros, sabe. Entender que a história não é só um arquivo embolorado que vive guardado nas prateleiras do passado. Mas sim uma referência utilíssima pra se pensar o presente. Exatamente como você fez, de modo incrível, nesse post.
Idéias possuem poder. E o poder é o que move o mundo. Se esse poder vier carregado de amor, tanto melhor, né não?
Quero agradecer muuuito o seu apoio com relação a cópia lá do blog. Eu já preenchi o formulário, e já havia sinalizado o blog da moçoila. Mas, toda ajuda sempre é bem-vinda nesses casos. Em especial o apoio moral, porque você, mais do que eu, porque já passou por mais vezes por essa situação ingrata, sabe que não é nada fácil a gente se deparar com o roubo de nossos bens mais preciosos, que são nossas idéias.
Mas enfim. Muito, muito obrigada mesmo!
E que mais idéias como as suas movam o mundo. Quem sabe assim a coisa melhora =)
Beijo pra você!
Oi Luma!
ResponderExcluirQue mulher avançada para a época hein?
Além de inteligente e ardilosa kkkkkkkkkkkkk
E sobre o pensamento é pura verdade. Cada pensamento está carregado de sentimento.
As nossa idéias precisam emitir mais amor.
Excelente post!
Isto foi uma aula de história! Gostei muito da Eleanor, nasceu com o espírito moderno, precisamos de algumas Eleanores por aqui, não acha!
ResponderExcluirParabéns! Muito interessante este post...
Beijinhos Luma!!!
Que história, parabéns.
ResponderExcluirwww.hotmastersound.com.br
Grato pela visita.
ResponderExcluirTudo lindo por aqui.
Um abraço.
Nossa, q história interessante. A rua onde mora o pai das minhas filha ´rua Aquitânia e eu não fazia ideia d onde se originava.
ResponderExcluirConcordo q temos mesmo q ter cuidado c/ o q pensamos. Q o amor seja a base d nossos pensamentos.
Obrigada pelas felicitações.
Bjs, bom fim d semana.
O amor é o eixo da vida. Qualquer ideia ou pensamento que se desvincule desse sentimento, não é verdade, é indigno!
ResponderExcluirBeijo Luma
Poderosa rainha!
ResponderExcluirBelo post, Luma - fiquei curiosa sobre onde você chegaria... e você chegou ao amor, hoje!
Luma, sou FAN de Eleanor, para mim ela e Helena, mae de Constantino, sao as mulheres mais impressionates que ja viveram aqui por essas areas nos ultimos 2000 anos da historia.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirAdorei o seu post. Que mulher, essa Leonor! Claro que as idéias amorosas são as mais construtivas e benéficas, mas o estudo e o conhecimento são mais do que necessários! E no seu post tem tudo isso!
Abração
Olá luma.
ResponderExcluirObrigado por sua gentileza. Parabéns pela excelente materia publicada, tema interessante, que maravilha! Sublime... Ótima contribuição. Aproveito para informar que em virtude do "MBA" o tempo ficou muito apertado em conjunto com as demais atividades que desenvolvo, mas qdo sobra um tempinho venho dividir com os amigos(as). Aproveito para compartilhar um pensamento de C. Coralina; "Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida. Se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos,de solidariedade e amizade." Votos de muito sucesso, brilhe sempre! Tenha um ótimo e alegre fim de semana, muita paz e luz, fique com Deus, felicidades. Forte e fraterno abraço. Felicidades.
Valdemir Reis
Querida Luma,
ResponderExcluirMagistral o post sobre Leonor de Aquitania (Eleanor of Aquitaine) e a "corte do amor". Tu, que também acompanhas o blog da Oficina de Gerencia, sabes da minha paixão pela história da humanidade. A personagem de Leonor de Aquitania é uma das minhas preferidas. Leio tudo que encontro sobre ela e a época medieval em que viveu. Lembro, na minha juventude de ter lido Robin Hood e Ivanhoé. Vivia com histórias em quadrinhos que escreviam sobre as batalhas dos cruzados entre o sultão Saladino e Ricardo Coração de Leão e muitas coisas mais. Leonor vivenciou esta época como uma autentica rainha. Não teve rivais na historia. Nem antes e nem depois.
“O Leão do Inverno” é um dos filmes inesquecíveis em minha vida. Ainda vejo na minha mente cenas de Peter O'Toole e da magnífica Katharine Hepburn, ambos em atuações históricas e dignas dos reis que eram seus personagens. Jovem Luma podes crer que me fizestes viajar para bem longe dos dias atuais.
Parabéns por coloca-la em destaque no blog. Inspiradora iniciativa a favor da cultura universal tão rara nos blogs populares e de alta frequencia como o teu Luz de Luma.
Não é à toa que me envaideço com a tua amizade e estou sempre por aqui bebericando uns golinhos da tua sensibilidade.
Que a vida continue a te sorrir.
Já tinha lido sobre ela, a curiosidade surgiu após ver o filme... Sempre gosto de ver os destaques da histórias, ainda mais quando são mulheres. Beijos daqui
ResponderExcluirMuito interessante, Luma! Quando estive em Londres ouvi muitas destas histórias de reis, rainhas, prisões, mortes, etc... Muito legal aprender mais uma!
ResponderExcluirBjos!