A caneta-tinteiro do meu pai
Até a Segunda Guerra Mundial, escrever com uma caneta-tinteiro era uma necessidade e somente após a guerra é que vieram as canetas esferográficas e as de ponta porosa. Hoje em dia ela pode ser considerada um objeto de luxo não necessário; bonita, elegante, distinta e conferindo um certo status para aqueles que possuem um modelo raro.
O americano Lewis Edson Waterman foi quem inventou para facilitar o trabalho de quem era obrigado a molhar continuamente a pena em um tinteiro. Era necessário molhar a pena várias vezes para escrever um frase pequena. Devia ser um saco! E, pingava no papel, manchava, sujava mão, roupa...mas não entupia, é vero!
Antes as penas eram naturais fornecidas por aves como gansos e cisnes. Era necessário cortar a sua ponta transversalmente e endurecer em um banho de ácido. Polônia e Rússia eram grandes fornecedores destas penas e era um produto importante na economia. Surgiram depois as penas de aço.
Waterman devia ser alguém aporrinhado em escrever, gostando ou não, usou o princípio físico da tensão superficial para criar um depósito flexível ligado à pena por um tubo de fluxo. Faltava alguma coisa que fizesse armazenar a tinta sem que ela escorresse.
Ele era um americano aporrinhado, já disse! Pegou borracha, um material emergente e o transformou em depósito de tinta que no primeiro modelo era preenchido com um conta-gotas. Depois de Waterman, outros inventores se aventuraram, entre eles se destacou Walter Sheaffer que criou um mecanismo de alavanca.
Na verdade, tudo fica mais fácil depois da primeira invenção. Vão aprimorando e quando nós olhamos pronto, parece fácil, não é? As canetas-tinteiros mais modernas usam o sistema de cartucho e quando a tampa é fechada, uma agulha fura o depósito não deixando a tinta escorrer.
Para quem pensa que essas canetas foram abandonadas, tanto a tinteiro quanto a de pena, se engana. As de penas, hoje são feitas de aço inoxidável, de liga de ferro, níquel, ouro ou rutênio, a queridinha dos usuários.
As canetas-tinteiros mudaram pouco, continuam clássicas e esquias, fabricadas em ouro ou outro metal precioso. Nossa geração aderiu a modelos como a alemã Lamy, mas os aficcionados almejam uma clássica Parker 51 ou mesmo uma Montblanc, verdadeiras obras de arte.
Meu pai adorava essas canetas-tinteiros e mamãe depois que ele morreu me passou uma Parker 61 com tampa em ouro, branco e amarelo.
Então, eu passei a noite de ontem e durante esta tarde em um velório do pai de uma amiga, uma amizade recente. Ela estava desolada e mesmo eu sendo patife para a morte, fiz-lhe companhia pensando no dia que o meu pai morreu. Eu não tinha consciência do que estava acontecendo, mas hoje penso que se a tivesse, teria olhado mais pra ele e feito as suas vontades.
Certa hora a minha amiga disse "Papai queria morrer com uma caneta-tinteiro no bolso e eu não pude fazê-lo"
Estou dando essa notícia aqui no blogue, porque também sou patife em tratar certos assuntos com mamãe. Mamãe por favor não surte!!
Curiosidade: Waterman, era um vendedor de seguros e quando estava para assinar um documento importante o tinteiro em que molhava a sua pena se esgotou. Ele ficou furioso e inventou a caneta-tinteiro.
Moral da História: Devemos sempre reverter a nossa raiva na prática de boas ações!!
Tal pai tal filha, mamãe!!
Beijus,
O americano Lewis Edson Waterman foi quem inventou para facilitar o trabalho de quem era obrigado a molhar continuamente a pena em um tinteiro. Era necessário molhar a pena várias vezes para escrever um frase pequena. Devia ser um saco! E, pingava no papel, manchava, sujava mão, roupa...mas não entupia, é vero!
Antes as penas eram naturais fornecidas por aves como gansos e cisnes. Era necessário cortar a sua ponta transversalmente e endurecer em um banho de ácido. Polônia e Rússia eram grandes fornecedores destas penas e era um produto importante na economia. Surgiram depois as penas de aço.
Waterman devia ser alguém aporrinhado em escrever, gostando ou não, usou o princípio físico da tensão superficial para criar um depósito flexível ligado à pena por um tubo de fluxo. Faltava alguma coisa que fizesse armazenar a tinta sem que ela escorresse.
Ele era um americano aporrinhado, já disse! Pegou borracha, um material emergente e o transformou em depósito de tinta que no primeiro modelo era preenchido com um conta-gotas. Depois de Waterman, outros inventores se aventuraram, entre eles se destacou Walter Sheaffer que criou um mecanismo de alavanca.
Na verdade, tudo fica mais fácil depois da primeira invenção. Vão aprimorando e quando nós olhamos pronto, parece fácil, não é? As canetas-tinteiros mais modernas usam o sistema de cartucho e quando a tampa é fechada, uma agulha fura o depósito não deixando a tinta escorrer.
Para quem pensa que essas canetas foram abandonadas, tanto a tinteiro quanto a de pena, se engana. As de penas, hoje são feitas de aço inoxidável, de liga de ferro, níquel, ouro ou rutênio, a queridinha dos usuários.
As canetas-tinteiros mudaram pouco, continuam clássicas e esquias, fabricadas em ouro ou outro metal precioso. Nossa geração aderiu a modelos como a alemã Lamy, mas os aficcionados almejam uma clássica Parker 51 ou mesmo uma Montblanc, verdadeiras obras de arte.
Meu pai adorava essas canetas-tinteiros e mamãe depois que ele morreu me passou uma Parker 61 com tampa em ouro, branco e amarelo.
Então, eu passei a noite de ontem e durante esta tarde em um velório do pai de uma amiga, uma amizade recente. Ela estava desolada e mesmo eu sendo patife para a morte, fiz-lhe companhia pensando no dia que o meu pai morreu. Eu não tinha consciência do que estava acontecendo, mas hoje penso que se a tivesse, teria olhado mais pra ele e feito as suas vontades.
Certa hora a minha amiga disse "Papai queria morrer com uma caneta-tinteiro no bolso e eu não pude fazê-lo"
Estou dando essa notícia aqui no blogue, porque também sou patife em tratar certos assuntos com mamãe. Mamãe por favor não surte!!
Curiosidade: Waterman, era um vendedor de seguros e quando estava para assinar um documento importante o tinteiro em que molhava a sua pena se esgotou. Ele ficou furioso e inventou a caneta-tinteiro.
Moral da História: Devemos sempre reverter a nossa raiva na prática de boas ações!!
Tal pai tal filha, mamãe!!
Beijus,
Fala a verdade, é pura elegância escrever com uma tinteiro, não?
ResponderExcluirUm dia, ainda terei uma coleção! rsrs
Bj
Luma, que legal. Sua amiga deve ter ficado muito contente. Beijo!
ResponderExcluirLuma, eu usei muito caneta-tinteiro no colégio. Eram lindas mesmo! Mas lidar com elas exigia cuidados. Porque, qualquer vacilo, elas pingavam e borravam o texto. A gente precisava ter sempre um mata-borrão à mão. Beijos floridos da Ursa :))
ResponderExcluirEu aprendi a escrever com uma caneta tinteira, tava minha caneta, o tinteiro para recarregar, o mata borrão.
ResponderExcluirAh! época boa..
Tudo de bom neste artigo
Abraço
Lindo texto Luma. Sabe que quase não lembrava destas canetas. Usei muito caneta-tinteiro, mas não lembro de todas as marcas que usei uma delas foi Pilot, mas as Park eram muito famosas e caras.
ResponderExcluirAbraços