Sob o domínio de Mao

Cinquenta anos de mortes sucessivas. Quer saber como tudo começou?

 

O Tibete deixara de ser chinês quando a dinastia Manchu entrou em colapso, após a revolução de 1911. Aproveitando a oportunidade, os tibetanos expulsaram todos os chineses e pediram apoio à Grã-Bretanha. Foi assinado um tratado tripartite, cuja validade a China, mais tarde, não reconheceria.
Não era a primeira vez que isso acontecia: um tratado gravado em pedra diante do Jokhang, o mais sagrado dos templos budistas do Tibete, estabelecendo o respeito mútuo e eterno pelas fronteiras. Este monumento foi erguido no ano de 821.

Em 1931, já havia ocorrido alguns embates esporádicos, mas o Tibete manteve-se independente, embora sob influência inglesa. Naquele ano, os comunistas chineses ainda não tinham assumido o poder. Os nacionalistas porém, reivindicavam a posse do montanhoso território tibetano, de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, onde um a cada seis homens é monge budista. Alegavam ter direitos adquiridos na região há mais de oito séculos.

Durante a invasão de 1950, o Dalai Lama, líder político e religioso de seu país, então com apenas 14 anos pediu apoio, inutilmente, à Grã-Bretanha e à Índia. As Nações Unidas também ignoraram os apelos.

A "libertação pacífica" do Tibete por 20 mil soldados da República Popular da China, em Outubro de 1950, não foi tão pacífica e nem era uma libertação. Isto somente na lógica do regime comunista recém instalado de Mao Tsé-Tung, para quem o país vizinho era dominado pelos interesses imperialistas internacionais.

A invasão provocou protestos do governo de Lhasa, sob a alegação de que o país já era livre, mas a resistência limitou-se a diatribes: As Tropas da China que dominara o Tibete do século XVIII até 1912, encontraram pouca oposição militar. Em 1951, tibetanos e chineses assinariam um acordo de anexação nos termos ditados pelo invasor.

O Tratado assinado com a China em 1951 garantiu autonomia política, liberdade religiosa e respeito às tradições culturais do tibete, mas ao mesmo tempo, previa a instalação de estabelecimentos civis e militares chineses no país.

Vários protestos nacionalistas começaram a ocorrer esporadicamente, mas ainda levaria oito anos até que a revolta contra a dominação se transformasse em ação organizada.

Em 1959, finalmente explodiria a revolta contra o domínio chinês no chamado "Teto do mundo" (por causa da altitude média de 4.000m). Para sufocar uma rebelião nacionalista dos tibetanos, as tropas chinesas invadiram o território, reduzindo a menos de duas dezenas os mais de 400 templos budistas então existentes, todos fiéis ao Dalai Lama.

A repressão tornou-se um modelo de violência, provocando a morte de 17 mil tibetanos e o refúgio de pelo menos 100 mil na Índia, Nepal e em outros países.

Foi quando o 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, que ganharia o Prêmio Nobel da Paz em 1989 e passou a viver em exílio na Índia.

Na época, o diretor da comissão de premiação, Egil Assvik, admitia ser a homenagem uma reprimenda ao governo de Pequim, que por sua vez, registrou um protesto.

Os protestos tibetanos que ocorrem desde o dia 10 de Março, iniciaram por conta do aniversário da fracassada rebelião tibetana contra o mandato chinês em 1959, que causou a ida do Dalai Lama para o exílio.

Mensagem do Dalai Lama: "Por muita grande que seja a vossa veneração pelos mestres tibetanos e o vosso amor pelo povo tibetano, não falem mal dos chineses. As chamas do odio só podem ser apagadas pelo amor e se o fogo do ódio não se apagar é porque o amor não era ainda suficientemente forte."

"Tenho certeza de que se eu sorrisse menos teria menos amigos"(Dalai Lama)

Hoje eu estive diante do Consulado Chinês, participando da manifestação pacífica organizada em solidariedade ao Tibete. Haviam pessoas interessadas na convivência pacífica entre os povos, mas principalmente budistas e católicos que juntos são perseguidos naquele país. Fiquei sabendo também que o MacDonald’s e Coca-Cola, por serem patrocinadores oficiais não estão gostando muito.

Quase 50 anos que uma cultura sofre barbaridades com aproximadamente 6.000 templos destruídos e milhares de tibetanos no exílio. Um verdadeiro holocausto! Mais de 1.200.000 assassinados durante esse tempo! Se nos indignamos com o holocausto judeu, porque ficaremos imunes a esse?

E você blogger, manifeste a sua indignação! Daqui a pouco a China invade o mundo literalmente!

9 comentários :

  1. Nossa Luma, assunto polêmico e complicado! Mas valeu por todas as informações que você nos passa neste post educativo!
    Linda passando aqui para te agradecer pelas muitas vezes que me prestigiam no meu cantinho!!

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  2. Um assunto a ser lembrado e refletir sobre ele. Tantas coisas podiam ser evitadas, mas o próprio ser humano faz questão de ser desumano. Triste demais. Vamos a Luta Luma.

    Agradeço a sua visita e o seu carinho, um beijo no teu coração....Marcinha*

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  3. Muito bom o teu post Luma.
    Aqui em Portugal falamos muito sobre o assunto, há inclusivé um abaixo assinado para boicotar os jogos olimpicos... mas será que adianta.
    Como tu dizes são anos de luta e a eterna esperança que tudo mude para o povo do Tibete.
    Amiga, os chineses já estão a invadir o mundo, eles estão aqui às centenas, têm previlégios a nível de impostos que os portugueses não têm, é inacreditável.
    Beijo grande e leva uma faixa por mim

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  4. Luma, achei incrível a declaração do Dalai Lama e sua imensa generosidade apesar do absurdo que aguentam há tantas décadas. Lindo, lindo post, conscientizando e informando.
    Bjs,
    Rosana

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  5. Como pode haver tanta maldade no coração dos homens...

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  6. Algo precisa ser feito urgente.
    Big Beijos

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  7. Luma
    Aqui a gente sempre aprende!
    Não foi sem razão que o Dalai Lama ganhou um Nobel!
    Bjim.

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  8. Luma

    Você é sempre antenada! Ligada nas coisas que importam.

    Faço a minha parte evitando produtos da China. Reebok, Nike e outras porcarias de lá, não tem vez na minha casa. Tento ao máximo comprar produtos nacionais.
    Quanto ao resultado dessa violência contra o Tibet, acredito que a parte mais sensível deles, como de todo mundo é o bolso. Enquanto governos do ocidente ficarem babando o ovo desses caras, eles acharão que tudo o que eles fazem é certo.

    Boicote aos produtos chineses.

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