Domesticidade...
“Para domesticar alguém, basta partilhar um sofá e um jornal de fim de semana”.
Assim dizia pablito e agora chegando o dia dos pais, penso... Nas árvores do meu Pai...
Cada vez que vejo cortada uma árvore, penso no meu Pai. O meu Pai plantava árvores nas horas vagas. Mamãe conta essas histórias porque quando ele morreu, eu tinha 5 anos.
Era assim: Pensava nas árvores que iria plantar enquanto ia plantando outras que também queria plantar. Mamãe até desconfiava dessa sua parte do cérebro sempre ocupada e preocupada com as suas árvores. Estudava a composição de solos, quantidades de água... comprava algumas novas, outras desenraizadas de outros locais; como algumas, que nunca deram frutos, pois eram “experimento”.
Viajava e trazia uma árvore, com a devida autorização: “sabe que aquela ali tem mais de mil anos?”. Não é extraordinário pensar que lá na fazenda um dia terá uma árvore de mais de mil anos? Isso, se algum infeliz não arrancá-la antes. Penso nessa eternidade das árvores, esse mistério da longevidade, esse silêncio do passar dos séculos, a guarda do encanto e da beleza do verde, a imponência e sobriedade, estão lá! E quando ando por entre elas, respiro fundo, penso partilhar o mesmo ar com meu pai.
Quando vejo uma árvore cortada ou uma mata queimada, penso que poderiam ser as árvores do meu pai. Penso, como alguém que as pode amar dessa forma, com a mesma alegria que o meu Pai, em toda a vida, passou à família.
[Pausa: E todos os anos, todos os anos, todos os anos, o homem desmata. Cortam mais e mais ardem no fogo]
Papai pensava nas árvores, mas se matava. No final da noite saía despejando os cinzeiros na lixeira e depois me levava para para a varanda, num estalo de calor estagnado e parado da noite e eu morrendo de medo das rãs voadoras. Nessa hora, sentávamos na varanda para a última cigarrilha e pegávamos pedrinhas para atirar nas rãs...
Pinga as lembranças. Ele não esta mais aqui, nem os cigarros e nem as rãs.
...
E hoje, o vento assobia e dança e assola as janelas do meu quarto andar, o mar que avisto da janela não tem a preguiça de um abraço depois de um domingo de pescarias. Só sinto a doçura que chega com o piar dos pardais.
Assim dizia pablito e agora chegando o dia dos pais, penso... Nas árvores do meu Pai...
Cada vez que vejo cortada uma árvore, penso no meu Pai. O meu Pai plantava árvores nas horas vagas. Mamãe conta essas histórias porque quando ele morreu, eu tinha 5 anos.
Era assim: Pensava nas árvores que iria plantar enquanto ia plantando outras que também queria plantar. Mamãe até desconfiava dessa sua parte do cérebro sempre ocupada e preocupada com as suas árvores. Estudava a composição de solos, quantidades de água... comprava algumas novas, outras desenraizadas de outros locais; como algumas, que nunca deram frutos, pois eram “experimento”.
Viajava e trazia uma árvore, com a devida autorização: “sabe que aquela ali tem mais de mil anos?”. Não é extraordinário pensar que lá na fazenda um dia terá uma árvore de mais de mil anos? Isso, se algum infeliz não arrancá-la antes. Penso nessa eternidade das árvores, esse mistério da longevidade, esse silêncio do passar dos séculos, a guarda do encanto e da beleza do verde, a imponência e sobriedade, estão lá! E quando ando por entre elas, respiro fundo, penso partilhar o mesmo ar com meu pai.
Quando vejo uma árvore cortada ou uma mata queimada, penso que poderiam ser as árvores do meu pai. Penso, como alguém que as pode amar dessa forma, com a mesma alegria que o meu Pai, em toda a vida, passou à família.
[Pausa: E todos os anos, todos os anos, todos os anos, o homem desmata. Cortam mais e mais ardem no fogo]
Papai pensava nas árvores, mas se matava. No final da noite saía despejando os cinzeiros na lixeira e depois me levava para para a varanda, num estalo de calor estagnado e parado da noite e eu morrendo de medo das rãs voadoras. Nessa hora, sentávamos na varanda para a última cigarrilha e pegávamos pedrinhas para atirar nas rãs...
Pinga as lembranças. Ele não esta mais aqui, nem os cigarros e nem as rãs.
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E hoje, o vento assobia e dança e assola as janelas do meu quarto andar, o mar que avisto da janela não tem a preguiça de um abraço depois de um domingo de pescarias. Só sinto a doçura que chega com o piar dos pardais.
Tem uma relação boa com ele? Se não, já teve algum dia? Qual atitude que seu pai teve que marcou sua infância? Vocês tem algum código de comunicação? O que de melhor e de pior você acha no relacionamento de vocês? |
Me desculpe aqueles que comentaram esse post. Pois o haloscan/echo fez o favor de não ensinar como exportar os comentários para o blogger quando esse descontinuou seus serviços. Compreendam...
ResponderExcluirComento eu agora e tenho a certeza que ficará por cá como as árvores de seu Pai.
ResponderExcluirAdorei o seu post e posso dizer que, do meu Pai herdei o Sportinguismo que ele transmitiu mais do que qualquer outra coisa às duas filhas que deu ao mundo. Percebe agora a existência do Leoa Assanhada? Está aí a herança que não descarto porque aprendi a perceber de futebol.
A ser respeitador do ambiente aprendeu ele comigo quando fui trabalhar para uma empresa Sueca extremamente preocupada com questões de cidadania e preocupações ecológicas.
Beijos grandes amiga Luma
Tite, carregamos em nós heranças de nossos antepassados. As árvores vivem tanto, muito mais do que nós. Encerram nelas sabedoria de toda a uma existência da terra - Talvez suas raízes possam se abraçar e nós, em pensamento, abraçamos os pensamentos de nossos pais. Seu pai deve sorrir cada vez que lê um post falando de futebol. Acho que deve escrever mais! :) Obrigada pelo carinho!! Beijus,
ExcluirOI LUMA!
ResponderExcluirPENSO QUE TEU PAI, SENTIU PRECOCEMENTE, A NECESSIDADE QUE O MUNDO TERIA DE PESSOAS QUE FOSSEM IGUAIS A ELE.
QUE EM VEZ DE DERRUBAR, PLANTASSEM.
ABRÇS
zilanicelia.blogspot.com.br/
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Ele era daquele que quando podia ficava sentado ao pé de uma árvore. Ali ele arejava a mente e se enchia de energia. Sem árvores a terra morre - As árvores são o pulmão do mundo. Onde moramos existiam árvores, portanto, existem cidades de árvores desmatadas... por certo, cada ser humano deveria plantar pelo menos uma árvore. Beijus,
ExcluirComo é bom ter tantas lembranças para recordar. Toda dedicação e carinho transmitido de ambos. Um elo de amor que o tempo não apagará jamais! Uma linda semana pra você, bjs, Ieda.
ResponderExcluirObrigada, Ieda!! Apesar de bem pequena quando o meu pai se desmaterializou, me agarrei em todas as lembranças que tinha e guardei com muito carinho. Todos esses anos, sempre lembrei vivamente dele, mas sem sofrimento, pois ele só me deu alegria. Obrigada pelas palavras carinhosas! Beijus,
ExcluirFoi muito bom vir aqui ler essa preciosidade de texto. Obrigada
ResponderExcluirBj
Obrigada você! Por tudo, minha querida... beijus,
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