O "'não' dos gauleses" na imprensa européia
Os jornais europeus deram diferentes enfoques à rejeição da Constituição européia na França.
Para o diário parisiense Libération, o voto popular desmascarou a União Européia como um quartel-general do ultraliberalismo e a falta de prestígio de uma classe de políticos franceses acostumados a enterrar a cabeça como avestruzes.
O diário conservador francês Le Figaro também anunciou o fim da era Chirac e perguntou até quando a França poderá se opor aos avanços do mundo industrializado e continuar defendendo um modelo social incapaz de questionar seus próprios privilégios.
O diário britânico conservador The Times interpretou o "não" dos franceses como uma reação ao pretenso fracasso da união monetária da UE, que "até agora só ocasionou um desenvolvimento econômico lamentável, desemprego em massa, o refortalecimento do protecionismo e uma atmosfera propícia para extremistas".
O jornal liberal de esquerda The Independent, também de Londres, considera uma ironia o fato de serem justamente os franceses, os principais mentores do processo de unificação européia, a vetar a Constituição comum.
O jornal suíço Neue Zürcher Zeitung ironiza o resultado do plebiscito como "revolta na aldeia dos gauleses" e prevê uma ampla discussão européia sobre o sentido dos plebiscitos. O La Repubblica, de Roma, considera a crise desencadeada pelo veto francês a mais grave em aproximadamente 50 anos de União Européia.
Para o Tagesspiegel, de Berlim, o diagnóstico realista após o "fiasco do referendo" na França é: "A Constituição européia está morta. (...) Respeitar o voto dos franceses só pode significar o fim do processo de ratificação e declarar a morte da Constituição. Continuar a ratificação só fortaleceria o sentimento de impotência diante de um projeto, o que contribuiu para o clima antieuropeu na França".
Pesquisas de opinião advertiram nas últimas semanas que os eleitores aproveitariam o plebiscito para protestar contra o presidente Chirac e o governo Raffarin, colocando, assim, as bases para as eleições presidenciais de 2007.
Chirac, no entanto, ressaltou várias vezes que a vitória dos críticos à Constituição européia não seria motivo para renúncia. Observadores políticos acreditam que o bode expiatório deva ser o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin.
Hoje (31/05) Dominique de Villepin foi designado novo primeiro-ministro pelo presidente da França, Jacques Chirac e enfraquecido explicou suas decisões aos franceses em uma transmissão por rádio e televisão às 15hs – horário de Brasília. Chirac advertiu que o "não" francês obrigará seu país a ficar marcando passo, enquanto a Europa avança.
O veto dos franceses à nova Constituição da União Européia, no plebiscito de domingo (29/05), não significa o fim do processo de unificação da comunidade. Provocaram sim foi uma crise que está sendo repercutida negativamente em toda a Europa. A recusa de um país que foi um dos motores da idéia durante mais de 50 anos, não representou um fracasso do projeto constitucional da EU, visto que o processo de ratificação continua conforme o planejado.
Observadores políticos vêem que o resultado pode influenciar os próximos plebiscitos, como o da Holanda, nesta quarta-feira (01/06). Seguem-se Luxemburgo (10/07), Dinamarca (27/09), Portugal (outubro de 2005). Reino Unido e Irlanda não têm data marcada para seus referendos, enquanto na Polônia e na República Tcheca ainda não foi decidido se a ratificação será mesmo por plebiscito. Em todos os demais países-membros, a ratificação se dará por decisão parlamentar.
A Espanha foi a primeira a aprovar o documento através de plebiscito, no dia 20 de fevereiro. Em outros oito membros da União Européia, a aprovação se deu em nível parlamentar: na Alemanha,no final de maio e, antes disso, na Eslováquia, Áustria, Grécia, Itália, Lituânia, Eslovênia e Hungria.
Afinal, nove países, já oficializaram a adesão à Constituição européia e o prazo geral de ratificação só expira em novembro de 2006. Depois disso a comunidade reavaliará a situação em um encontro de cúpula. Dando continuidade ao processo de ratificação e a conclusão de que não poderá haver uma renegociação, a França terá que reforçar os pontos em comum que estimulam a Europa. O encontro de cúpula da UE em meados de junho será momento adequado para discutir a questão.
Após o término do processo de ratificação, os países contrários à Constituição européia devem sugerir possíveis soluções ao impasse, respeitar a soberania nacional e as decisões democráticas dos países da comunidade. O ideal seria realizar um plebiscito geral sobre a constituição, evitando influências de questões políticas internas dos países membros sobre o processo de unificação da Europa.
E se você me perguntar o que eu tenho com isso? vou lhe contar uma historinha de 3 cidadãos:
Dizia um inglês para um francês e um brasileiro:
- O meu avô era tão alto que esticava o braço e acertava os ponteiros do relógio da torre de Londres.
E o francês:
- Mais alto era o meu avô que esticava o braço e passava com a mão acima da Torre Eiffell
E o brasileiro:
- E teu avô quando passava com a mão acima da Torre tocava numas bolinhas não era?
- Era era - responde prontamente o francês.
- Pois essas bolinhas eram os tomates de meu avô ...
O Brasileiro é auto suficiente e não precisa entender o mundo?
Beijus,
Para o diário parisiense Libération, o voto popular desmascarou a União Européia como um quartel-general do ultraliberalismo e a falta de prestígio de uma classe de políticos franceses acostumados a enterrar a cabeça como avestruzes.
O diário conservador francês Le Figaro também anunciou o fim da era Chirac e perguntou até quando a França poderá se opor aos avanços do mundo industrializado e continuar defendendo um modelo social incapaz de questionar seus próprios privilégios.
O diário britânico conservador The Times interpretou o "não" dos franceses como uma reação ao pretenso fracasso da união monetária da UE, que "até agora só ocasionou um desenvolvimento econômico lamentável, desemprego em massa, o refortalecimento do protecionismo e uma atmosfera propícia para extremistas".
O jornal liberal de esquerda The Independent, também de Londres, considera uma ironia o fato de serem justamente os franceses, os principais mentores do processo de unificação européia, a vetar a Constituição comum.
O jornal suíço Neue Zürcher Zeitung ironiza o resultado do plebiscito como "revolta na aldeia dos gauleses" e prevê uma ampla discussão européia sobre o sentido dos plebiscitos. O La Repubblica, de Roma, considera a crise desencadeada pelo veto francês a mais grave em aproximadamente 50 anos de União Européia.
Para o Tagesspiegel, de Berlim, o diagnóstico realista após o "fiasco do referendo" na França é: "A Constituição européia está morta. (...) Respeitar o voto dos franceses só pode significar o fim do processo de ratificação e declarar a morte da Constituição. Continuar a ratificação só fortaleceria o sentimento de impotência diante de um projeto, o que contribuiu para o clima antieuropeu na França".
Pesquisas de opinião advertiram nas últimas semanas que os eleitores aproveitariam o plebiscito para protestar contra o presidente Chirac e o governo Raffarin, colocando, assim, as bases para as eleições presidenciais de 2007.
Chirac, no entanto, ressaltou várias vezes que a vitória dos críticos à Constituição européia não seria motivo para renúncia. Observadores políticos acreditam que o bode expiatório deva ser o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin.
Hoje (31/05) Dominique de Villepin foi designado novo primeiro-ministro pelo presidente da França, Jacques Chirac e enfraquecido explicou suas decisões aos franceses em uma transmissão por rádio e televisão às 15hs – horário de Brasília. Chirac advertiu que o "não" francês obrigará seu país a ficar marcando passo, enquanto a Europa avança.
O veto dos franceses à nova Constituição da União Européia, no plebiscito de domingo (29/05), não significa o fim do processo de unificação da comunidade. Provocaram sim foi uma crise que está sendo repercutida negativamente em toda a Europa. A recusa de um país que foi um dos motores da idéia durante mais de 50 anos, não representou um fracasso do projeto constitucional da EU, visto que o processo de ratificação continua conforme o planejado.
Observadores políticos vêem que o resultado pode influenciar os próximos plebiscitos, como o da Holanda, nesta quarta-feira (01/06). Seguem-se Luxemburgo (10/07), Dinamarca (27/09), Portugal (outubro de 2005). Reino Unido e Irlanda não têm data marcada para seus referendos, enquanto na Polônia e na República Tcheca ainda não foi decidido se a ratificação será mesmo por plebiscito. Em todos os demais países-membros, a ratificação se dará por decisão parlamentar.
A Espanha foi a primeira a aprovar o documento através de plebiscito, no dia 20 de fevereiro. Em outros oito membros da União Européia, a aprovação se deu em nível parlamentar: na Alemanha,no final de maio e, antes disso, na Eslováquia, Áustria, Grécia, Itália, Lituânia, Eslovênia e Hungria.
Afinal, nove países, já oficializaram a adesão à Constituição européia e o prazo geral de ratificação só expira em novembro de 2006. Depois disso a comunidade reavaliará a situação em um encontro de cúpula. Dando continuidade ao processo de ratificação e a conclusão de que não poderá haver uma renegociação, a França terá que reforçar os pontos em comum que estimulam a Europa. O encontro de cúpula da UE em meados de junho será momento adequado para discutir a questão.
Após o término do processo de ratificação, os países contrários à Constituição européia devem sugerir possíveis soluções ao impasse, respeitar a soberania nacional e as decisões democráticas dos países da comunidade. O ideal seria realizar um plebiscito geral sobre a constituição, evitando influências de questões políticas internas dos países membros sobre o processo de unificação da Europa.
E se você me perguntar o que eu tenho com isso? vou lhe contar uma historinha de 3 cidadãos:
Dizia um inglês para um francês e um brasileiro:
- O meu avô era tão alto que esticava o braço e acertava os ponteiros do relógio da torre de Londres.
E o francês:
- Mais alto era o meu avô que esticava o braço e passava com a mão acima da Torre Eiffell
E o brasileiro:
- E teu avô quando passava com a mão acima da Torre tocava numas bolinhas não era?
- Era era - responde prontamente o francês.
- Pois essas bolinhas eram os tomates de meu avô ...
O Brasileiro é auto suficiente e não precisa entender o mundo?
Beijus,
Europa unida? Mercosul? Fraternidade? Qual-o-que, minha querida amiga...a humanidade ama as fronteiras... Bjs.
ResponderExcluirE o Mercosul?
ResponderExcluirEu leio os psots da semana depois com calma...apssei só apra agradecer a visita e provar que eu não sou uma menina mau educada. Bjs
ResponderExcluirolha, agora a holanda tmb foi contra rsrsrsrs
ResponderExcluirAlguma coisa eles perceberam que estava errada.Ou então são birrentos mesmo.
ResponderExcluirAcredito que a UE era uma utopia de uma minoria que quer lucrar com isso, a Europa é uma colcha de retalhos em matéria de homeogeinidade e não acredito que possa existir uma União coesa como eles imaginam... Bem, e o brasileiro?? Tamo esperando a Copa, essa tá no papo!! rs..rs...
ResponderExcluirOi Luma...to dando uma passadinha rápida só pra naum deixar de te visitar...hj ta sendo um dia muito difícil...bjinhus...
ResponderExcluirOps!
ResponderExcluirEsqeci de comentar sobre a sequência do boneqinho no topo dessa tela.Simplesmente hilário,morri de rir aqi!
Vlw!
Luma,nem sei como vc me achou mas obrigado pelo comentário!Queria saber mais de vc pois adorei seu texto e a forma como vc aborda os temas desde os posts românticos até esse bem politizado.
ResponderExcluirQto ao veto frances ñ estou interado sobre o conteúdo dessa constituição mais creio q deve ser uma ferramenta q irá aumentar a desigualdade e pobreza no mundo.Acredito q a França será o futuro centro de decisões do mundo e depois de um (cataclísma) virá a ascenção do Brasil.Parece besteira mais qem viver verá!
Bjão!E visite-me qdo qiser!
Ai cara, nao entendo nada desses assuntos, entao nao tenho como opinar...rsss
ResponderExcluirBjos
Os franceses não são os únicos a não desejarem a constituição européia... isso ainda vai dar muuuuito pano pra manga
ResponderExcluirValeu pela aula. E essa história do veto Frances ainda vai render muito!!
ResponderExcluirBeijos e boa tarde!!
O brasileiro não é autosuficiente, ele é acomodado e não faz questão nenhuma de saber sobre o mundo.
ResponderExcluirIsso é o q eu penso.
Big Beijos
Luma, os franceses estão certíssimos. Quem dera tomássemos atitudes parecidas. Beijocas
ResponderExcluirE hoje vamos ver o resultado do plebiscito na Holanda. Vai ser um perrengue pra UE e pros EUA. Espero que o mundo melhore com isso. Sonhador eu, não?
ResponderExcluirLuma essa crítica-pergunta cabe mais aos norte americanos.
ResponderExcluirNão sei... se for levar em conta que nossa constituição só vale no papel... e pior, fica por isso mesmo.
ResponderExcluirbeijinhos
eu não conheço realmente o corpo da constituição criada e vetada pelos franceses, mas às vezes se concorda com algo assim apenas para não ficar de fora. Talvez o não dos franceses expressem realmente que as perspectivas da nova carta e da unificação não são tão boas nem tão corretas como seus vizinhos sinalizam. A visão de muitos sobre ser uma espécie de decepção a mudança de linha de intenção da frança neste movimento unificador europeu, eu vejo como simplista e é de fato a primeira coisa sempre a se fazer, que é criticar. Eu particularmente acho que mudar de idéia muitas vezes é questão de luz e inteligência. Não sei se é o caso, risos, mas a visão deve ser sempre ampliada e questionadora.
ResponderExcluirbeijos e girassóis,
Rah
O problema é que aqui no Brasil não levamos nada, mas absolutamente nada a sério, somos muito influenciaveis e arrogantes...Os franceses fizeram o que achavam ser o certo, mas só tempo dirá, n´est pas?! Bissous!
ResponderExcluirO brasileiro é meio" esponja" absorve de tudo dos países europeus:moda ,arte,política ,literaturaculinária,idioma,etc.
ResponderExcluirAinda é "chic" fazer MBA fora...
Sem falar nos Estados Unidos!Outro dia minha filha me questionou :"mãe nós tbem somos Americanos ,não nascemos na América do Sul ?"
Vai gastar tempo mas vamos chegar aonde queremos ...
O NON frances tem varias caras. Tem um pouco de insatisfaçao com a Europa e principalmente com as instituições francesas, tem um pouco de xenofobia, contra os novos paises da união, um nao a entrada da Turquia, em fim, dificil de resumir. A crise e grave, a constituiçao esta morta, infelizmente. Pra nos latinos americanos, que sonhamos com um modelo social a moda francesa. Pra finalisar eu sempre achei ridicula essa ideia que o brasil e auto-suficiente. Isso e fruto da influencia norte americana que pratica uma politica completamente hermetica.
ResponderExcluiroi luma, obrigada pela visita no café.
ResponderExcluiros franceses são um povo difícil... eu convivo com muitos deles aqui.
a eleição foi bem apertada na verdade, mas ainda assim o resultado foi negativo.
beijoca
Acho que o estereótipo de continente modelo, lotado de pessoas felizes e saudáveis, ostentando governos e economias brilhantes está cansando os europeus e o resto do mundo.
ResponderExcluirO que é preocupante é o fato de que não existem modelos que possam servir de modelo para a quebra de paradigma tão necessária. Fazer o quê?
Só uivar ao pé do teu ouvido, para delírio ou loucura de quem gosta ou não gosta.
Beijooooooooooooosssssssssss da Loba
Engraçado que não se tem nem mais o direito de reprovar certas coisas...
ResponderExcluirLuma, não adianta dizer que não, com o grande avanço da globalização, ou mundialização, como gostam de dizer os freanceses, quaisquer fatos que afetam outros países, direta ou indiretamente, afetarão o Brasil. É muito provável que realmente o plebliscito na França influencie os demais países da UE, se há uma crise em potencial com eles, que pareciam estar se solidificando a cada dia, que dirá no resto do mundo? Mas como sempre, a França tem seu histórico de pioneirismo, haja vista sua revolução industrial e política , que ocorreu 100 anos antes do que em outros países.
ResponderExcluiro brasileiro é safo, e tem o jeitinho pra tudo, o famoso jeitinho brasileiro.
ResponderExcluirbeijosssssss
Os franceses estão atrapalhando o apocalipse.
ResponderExcluirQuando houver a unificação o anticristo surgirá e trará a paz.
Quando ele trouxer a paz, saberemos que estamos todos condenados ao inferno.
Beijú!
Realmente , eu acho que a Constituição não ser aprovada pela França provocará uma grande crise na UE. Eu daria minha guitarra de papelão pros franceses , mas não dá pra generalizar! :D
ResponderExcluirBjs!
PS:Eu postando sobre o Asterix e vc vem com um título desses... hehehhe