O amor é um pássaro livre que não pode se aprisionar
Sim, porque alguns passarinhos nascem e não aprendem a voar. Com suas asas atrofiadas pela falta de uso, eles tornam-se dependentes e incapazes.
O amor é assim. Se você não o deixa livre, ele vai definhando e acaba morrendo ou acontece um outro fenômeno, ele se marginaliza.
Mesmo tendo vivido algum tipo de amor, não podemos teorizar sobre ele, devido as suas mutações e variantes de pessoa para pessoa, de situação para situação.
Mas tomamos conhecimento de belas, tristes e trágicas histórias...
Amor, ciúme e morte. A mais popular das obras de Bizet: Carmem, inclui todos os ingredientes de sucesso e a Companhia de Ballet da cidade de Niterói fez sua versão, pra lá de moderna; Carmen é prostituta e Escamilo vira jogador de futebol. Aproveitei e fui assistir.
Os 30 bailarinos da CBCN contam a história da cigana que seduz e arruína os homens que atravessam seu caminho em versão contemporânea. As árias Habanera e Seguidilha estão na trilha sonora do espetáculo. A encenação condensa a obra original quase como uma suíte. Micaela que amava José / que amava Carmem / que amava Escamilo / que... Dá-se a partida da corrente do tempo, do inexorável destino e o elo mais exposto à vida arrebenta nos braços da morte anunciada. O amor é um pássaro livre que não pode se aprisionar.
É tanto amor que querem para vocês?
Ao narrar os amores da cigana Carmen e a desventura de D. José, jovem sargento espanhol, que arrastado pela paixão, chega a tornar-se bandido e assassino, Prosper Merimée criou, em 1845, uma surpreendente novela de grande sucesso editorial, que trazia a tona personagens arquéticos daquela nova sociedade liberal e romântica do século XIX.
A história de uma mulher forte e poderosa, que só se submete à inconstância do amor, e de um homem que se deixa arruinar por uma verdadeira obsessão, era incomum e ousada para os padrões românticos e cristãos da época. Por isso, sua adaptação ao teatro lírico, formal e burguês demorou 30 anos, quando Meilhac e Halévy, dois experientes libretistas, colaboradores habituais de Offenbach, tiveram o cuidado de suavizar os aspectos mais “crus” da novela.
A Carmen amoral de Merimée transformou-se numa mulher impetuosa, amante da liberdade. O marido de Carmen, Caolho, desapareceu e, em compensação, foi criada a personagem Micaela, noiva de D. José, que procura inutilmente salvar o amado. Outra mudança importante foi a invenção do toureiro Escamilo para substituir um personagem bem menos glamuroso que aparecia no romance. Também o capitão Zúniga, assassinado no livro, não morre na ópera.
Ainda assim, o argumento da ópera desconcertou o público, e foi considerado imoral. A estréia de Carmen foi em 3 de março de 1875, no Théâtre de lOpéra-Comique, em Paris, mas só obteve êxito na França em 1885, 10 anos após a morte do autor. De lá pra cá, a popularidade da ópera cresceu no mundo todo.
Carmen a mulher livre e cheia de coragem, José, o louco apaixonado, Micaela, frágil e submissa, e Escamilo, cuja fama e sucesso, transformaram-no num homem que ama a si mesmo, acima de tudo, são personagens que encontram no inconsciente coletivo um lugar definido e definitivo. Como vértices opostos, eles se influenciam, se digladiam, se amam e se odeiam e jamais encontrarão um ponto em comum, onde reine qualquer tipo de estabilidade”.
Sob a ótica do Cinema
O cinema tem explorado muito o caráter impetuoso de Carmen. Sob a ótica de diversos diretores, ela vem ganhando originais e diferentes interpretações. Ainda no princípio do século, Chaplin filmou a sua versão cômica, em que aparece, como Carlitos, na pele do infeliz Don José. Na era do cinema mudo, Chaplin centrou sua história, um curta-metragem, na figura do arruinado soldado, talvez influenciado pela novela homônima de Merimée, onde tudo se originou.
O cineasta espanhol Carlos Saura, por sua vez, a transportou para as telas traduzida em danças flamencas. Contando com a participação emblemática do bailarino Antônio Gades, que interpretou Don José, Saura mesclou ficção e realidade, dentro de um contexto cinematográfico. E explorou, o quanto pode, a sensualidade da dança flamenca, para obter um melhor retrato de Carmen.
A Carmen mais contemporânea foi rodada, também na década de 80, pelo cineasta francês Jean Luc Godard (diretor do polêmico Je Vous Salue Marie e Acossado.). Na película francesa, Carmen é uma guerrilheira urbana, assaltante de bancos, longe de suas tradições ciganas. A obra, hermética e deslocada de seu contexto original, somente pode ser associada à ópera, pelo título: Prenome Carmen. E um e outro traço característico que porventura tenha sobrevivido às transformações inventivas imposta pelo cineasta.
A indústria hollywoodiana também produziu a sua Carmen Jones, uma versão com solistas, coristas, costumes e ambientação negra.
O cineasta que mais se ateve ao libreto foi o italiano Francesco Rossi. Sua Carmen, como as demais, da década de 80, se limitou, em termos de concepção e liberdade de criação, a tirar a montagem dos palcos e transportá-la para as ruas de Sevilha, onde se desenrola a trama.
Eu conheço uma Carmen e vocês têm uma Carmen em suas vidas?
Beijus,
O amor é assim. Se você não o deixa livre, ele vai definhando e acaba morrendo ou acontece um outro fenômeno, ele se marginaliza.
Mesmo tendo vivido algum tipo de amor, não podemos teorizar sobre ele, devido as suas mutações e variantes de pessoa para pessoa, de situação para situação.
Mas tomamos conhecimento de belas, tristes e trágicas histórias...
Amor, ciúme e morte. A mais popular das obras de Bizet: Carmem, inclui todos os ingredientes de sucesso e a Companhia de Ballet da cidade de Niterói fez sua versão, pra lá de moderna; Carmen é prostituta e Escamilo vira jogador de futebol. Aproveitei e fui assistir.
Os 30 bailarinos da CBCN contam a história da cigana que seduz e arruína os homens que atravessam seu caminho em versão contemporânea. As árias Habanera e Seguidilha estão na trilha sonora do espetáculo. A encenação condensa a obra original quase como uma suíte. Micaela que amava José / que amava Carmem / que amava Escamilo / que... Dá-se a partida da corrente do tempo, do inexorável destino e o elo mais exposto à vida arrebenta nos braços da morte anunciada. O amor é um pássaro livre que não pode se aprisionar.
É tanto amor que querem para vocês?
Ao narrar os amores da cigana Carmen e a desventura de D. José, jovem sargento espanhol, que arrastado pela paixão, chega a tornar-se bandido e assassino, Prosper Merimée criou, em 1845, uma surpreendente novela de grande sucesso editorial, que trazia a tona personagens arquéticos daquela nova sociedade liberal e romântica do século XIX.
A história de uma mulher forte e poderosa, que só se submete à inconstância do amor, e de um homem que se deixa arruinar por uma verdadeira obsessão, era incomum e ousada para os padrões românticos e cristãos da época. Por isso, sua adaptação ao teatro lírico, formal e burguês demorou 30 anos, quando Meilhac e Halévy, dois experientes libretistas, colaboradores habituais de Offenbach, tiveram o cuidado de suavizar os aspectos mais “crus” da novela.
A Carmen amoral de Merimée transformou-se numa mulher impetuosa, amante da liberdade. O marido de Carmen, Caolho, desapareceu e, em compensação, foi criada a personagem Micaela, noiva de D. José, que procura inutilmente salvar o amado. Outra mudança importante foi a invenção do toureiro Escamilo para substituir um personagem bem menos glamuroso que aparecia no romance. Também o capitão Zúniga, assassinado no livro, não morre na ópera.
Ainda assim, o argumento da ópera desconcertou o público, e foi considerado imoral. A estréia de Carmen foi em 3 de março de 1875, no Théâtre de lOpéra-Comique, em Paris, mas só obteve êxito na França em 1885, 10 anos após a morte do autor. De lá pra cá, a popularidade da ópera cresceu no mundo todo.
Carmen a mulher livre e cheia de coragem, José, o louco apaixonado, Micaela, frágil e submissa, e Escamilo, cuja fama e sucesso, transformaram-no num homem que ama a si mesmo, acima de tudo, são personagens que encontram no inconsciente coletivo um lugar definido e definitivo. Como vértices opostos, eles se influenciam, se digladiam, se amam e se odeiam e jamais encontrarão um ponto em comum, onde reine qualquer tipo de estabilidade”.
Sob a ótica do Cinema
O cinema tem explorado muito o caráter impetuoso de Carmen. Sob a ótica de diversos diretores, ela vem ganhando originais e diferentes interpretações. Ainda no princípio do século, Chaplin filmou a sua versão cômica, em que aparece, como Carlitos, na pele do infeliz Don José. Na era do cinema mudo, Chaplin centrou sua história, um curta-metragem, na figura do arruinado soldado, talvez influenciado pela novela homônima de Merimée, onde tudo se originou.
O cineasta espanhol Carlos Saura, por sua vez, a transportou para as telas traduzida em danças flamencas. Contando com a participação emblemática do bailarino Antônio Gades, que interpretou Don José, Saura mesclou ficção e realidade, dentro de um contexto cinematográfico. E explorou, o quanto pode, a sensualidade da dança flamenca, para obter um melhor retrato de Carmen.
A Carmen mais contemporânea foi rodada, também na década de 80, pelo cineasta francês Jean Luc Godard (diretor do polêmico Je Vous Salue Marie e Acossado.). Na película francesa, Carmen é uma guerrilheira urbana, assaltante de bancos, longe de suas tradições ciganas. A obra, hermética e deslocada de seu contexto original, somente pode ser associada à ópera, pelo título: Prenome Carmen. E um e outro traço característico que porventura tenha sobrevivido às transformações inventivas imposta pelo cineasta.
A indústria hollywoodiana também produziu a sua Carmen Jones, uma versão com solistas, coristas, costumes e ambientação negra.
O cineasta que mais se ateve ao libreto foi o italiano Francesco Rossi. Sua Carmen, como as demais, da década de 80, se limitou, em termos de concepção e liberdade de criação, a tirar a montagem dos palcos e transportá-la para as ruas de Sevilha, onde se desenrola a trama.
Eu conheço uma Carmen e vocês têm uma Carmen em suas vidas?
Beijus,
Lumita. belo texto, mas tá muito comprido e só li um pedaço.
ResponderExcluirValeu pelo elogio da fotinha.
Bjs e boa semana
Edgar
Oi moça,
ResponderExcluirRealmente ando sumido..
Vou tentar dar as caras nos próximos dias..
Abraço e boa semana pro´cê
Aprisionar o amor é perigoso, é inseguro, é imoral. Não conheci ainda nenhuma Carmem. Desculpe a ausência temporária, mas jamais deixarei de vir aq. apenas o trabalho me toma o tempo. bjus e fica bem!!!
ResponderExcluiramei a frase inicial. e o meu amor com o meu namorado é baseado na liberdade. nos amamos, e isso basta.
ResponderExcluirvc veio a nikiti? q legal, eu moro aqui.
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Excelente samana pra vc!
Beijossssss
Luma!! Tenho uma Carmen, de Bizet, em dois cds...em francês!!
ResponderExcluirE essa passagem que vc citou é a que eu ouço sem parar: "L'amour est un oiseau rebelle...que nul ne peut apprivoiser" !!!! É linda a voz da Carmen, Jessye Norman. Então, sigo o libreto, canto junto, viro Carmen...rs
Beijos!!!!!!!!! Dora
Não conheço nenhuma Carmem, pelo menos eu acho.Mas mulher que se aproveita dos sentimentos pra cagar na cabeça dos outros, isso tem aos montes.
ResponderExcluirSe cuida mocinha, o final de semana foi grande, mas to de volta, aproveitei muito...
Não tenho certeza se conheço uma Carmen, mas acho que sim... :D
ResponderExcluirFlora, minha filha mais nova, estudou no Liceu Franco Brasileiro e lá, na aula de artes estudou Carmen, mas vou pedir para ela ler a sua postagem, certamente ela gostará muito de sua aula. Só faltou uma trilha sonora.
ResponderExcluirPode crer, lembrei da novela com a Lucélia Santos, se eu não me engano, na Manchete!
ResponderExcluirPô, até hoje eu lembro da cena em que ela e o macho dela caem com o carro num abismo, o carro conversível, dava pra ver a boneca caindo e o boneco preso no carro.
E ela sobreviveu! Mardita!
Eu conheço uma ou duas Carmens...
ResponderExcluirAmor livre às vezes soa meio utópico...
Beijocas
gosto dessa opera que alguns dizem se tratar de uma opereta. Sobre o amor, sem dúvida que é uma pássaro que deve ser criado livre.
ResponderExcluirSempre tem uma né?
ResponderExcluirBeijos
ah! eu conheço algumas Carmens por aí...
ResponderExcluirbeijos!
OI Luma...to malzona hj...por isso´só vou deixar um bjo...nem Li seu post...quem sabe faço isso mais tarde se eu melhorar....bjinhus...
ResponderExcluirSerá realmente que "Carmem" amava? Acredito que as "Carmens"não amem, mas sim sentem prazer em derrotar o outro. O amor não destroi nem corrompe as pessoas, mas, sim, faz com que elas cresçam e evoluam. O "amor" de "Carmen" não pode ser considerado "amor", mas sim egoismo. Infelizmente, não só conhecemos mtas "Carmens"como tb temos uma "Carmen" dentro de nós.
ResponderExcluirBjins
Luma, não conheço nenhuma Carmen. Conheço sim algumas mulheres que sempre foram assediadas por vários homens e nunca souberam aproveitar as oportunidades para ter um relacionamento mais profundo. Um desencontro total, com final triste e nada glamuroso. Quanto ao amor livre leve e solto é uma grande utopia. Beijocas
ResponderExcluirMudar vai dar uma trabalheira doida... sem falar que muitos blogs têm meu link..daí vão ter que mudar.. ihh, trabalho, muito trabalho. Deixa assim..rsss
ResponderExcluirbeijinhos
Interessante a história de Carmem :0)
ResponderExcluirSobre aprisionar o amor, é um erro que cometemos sem querer, sem perceber... tenho que ficar mais atenta a isso!
Beijo e boa semana!
Estava lendo o post e lembrei que também existiu uma novela, de Gloria Peres, ainda na TV Manchete, baseada em Carmem...
ResponderExcluirNem uma Carmem
ResponderExcluirTanto ou mais que o enredo - para mim - a música de Carmem é inebriante! Bjs.
ResponderExcluirprimeira mesmo?
ResponderExcluiro amor tem que ser livre, não devemos ter medo de amar...
ResponderExcluireu não conheço uma carmen... ahhhh
bjuss