A nossa solidão nasce da convivência humana
Nas minhas divagações, penso no homem que inventou a tragédia brasileira e na sua peça “Vestido de Noiva”, considerada pela maioria dos críticos o marco inaugural do moderno teatro brasileiro. Em 1943, chocou o público ao apresentar uma nova maneira de contar uma história no palco, com narrativa fragmentada e diálogos de impressionante vivacidade – uma rigorosa – ainda que de aparência espontânea – elaboração literária do jeito carioca de falar. Como se isso não bastasse, a encenação também era um show de modernidade, com cenário arrojado e efeitos de iluminação inéditos no país. Resultado: o público emudeceu a princípio, para depois vir abaixo em longos minutos de aplausos.
Antes de “Vestido...”, Nelson, jornalista desde a adolescência, já havia escrito a “A mulher sem pecado”, recebida com frieza em 1941. Quando lhe perguntaram sobre as influências que sofreu, disse que nunca vira uma peça sequer antes de escrever “A Mulher...”. Pode ser.
Gênio polêmico, grande frasista, politicamente conservador e esteticamente inquieto, Nelson faria carreira como dramaturgo, abordando conflitos familiares prestes a explodir em violência – como em “Álbum de Família” – e a coloquialidade da crônica de costumes suburbanos – “A Falecida” e “Bonitinha mas ordinária”. Sob o pseudônimo de Susana Flag, Nelson cultuou também o folhetim.
O centenário? Só daqui um ano. Em 23 de Agosto de 2012, mas as comemorações já começaram e você pode colaborar.
A frase título é de autoria de Nelson Rodrigues.
Sou uma das que não gosta, Lumita! E como ele próprio dizia: toda unanimidade é burra...tô aqui eu, pra polemizar! beijinhos,
ResponderExcluirGostei do seu texto. Dele gosto de algumas frases e crônicas.
ResponderExcluirGirassóis nos seus dias.
Beijos
Pois é, a coisa do link acostumou mal a massa. Agora, na falta de um, pressupõem falta de credibilidade. Como se credibilidade fosse sempre algo alheio, distante dos que estão perto.
ResponderExcluirGosto do Nelson, ver a vida cotidiana, social com bom humor e profundidade é um bom motivo para gostar dele. Não dá pra levar a sociedade muito a sério, perdemos a sanidade da mente.
Eu acho perfeito um bom autor nascer do nada, aliás como assim do nada, né? Tem que ter inspiração?
Com Gil Vicente, primeiro grande dramaturgo português, também foi assim. Até hoje não se sabe nem onde ele nasceu, nada que comprove, imagine se vão saber que influências ele sofreu! Se sabia latim ou não, o que lia, o que estudou... e estudou? Tem também Shakespeare, esse já tá provado que não estudou mesmo, mas tinha sua genialidade e que ninguém ouse questioná-la. Faz até bem acreditar que "do nada" podem vir os bons, voltamos a acreditar no talento em meio a esta sociedade em que só aparece que tem Q.I. (quem indique).
Bjs!
Michelle
Ai garotona, sempre precisa na sua leitura. Gosto de Nelson Rodrigues. Capaz de dizer que o rei tá nú e a rainha faz sexo sem parceiros, num tempo em que tudo era tabú, mas igualmente sentido, vivido e afetado.
ResponderExcluirBeijos e parabens pelo post .
Cam
Como dizem aqui na terrinha, "já iá lhe catar" Luma...
ResponderExcluirSaudades, sinto falta também das suas divagações... Já centenário?! "Tô véia", ou Nelson continua "fresquinho", gosta da sua forma crua e obscena de escrever a realidade nada romântica e muito menos humanizada... Mas uma coisa admiro muito nele: Ser um fiel fluminense, mesmo lá do outro lado... Rs.
Beijo e carinhooooooooo
Oi Luma,
ResponderExcluirQue bom que voltou. Eu também passei uns dias longe do blog, mas nao dos teus textos, que agora recebo por email. Só faltava vir aqui dar um Oi pessoalmente. Pessoalmente? Ahahahaha
Beijos
Acho interessante, mesmo sem saber bem de datas, Nelson tem estado comigo desde domingo... gosto da Dama do Lotação... gosto de Dona Flor... parecem gostos escandalosos...um dia eu disse isto a um grupo de amigos e nunca mais eles me viram com bons olhos! Adoro Nelson Rogrigues... gênio!
ResponderExcluirLuma, este teu texto é dos mais incríveis que li aqui! Muito bem construido! Fiquei imaginando como seria a tua poesia... ou a tua prosa...? um romance escrito por você... existe algo assim? Eu que te conheço pouco e venho pouco aqui ( em em todos os Blogs!:P ) posso não saber que sim.
Bjus de Luz!
Sinto sua falta..
vc é uma pessoa que eu gosto que leia e veja o que eu estou a escrver...
Grato e este grato tem link só aqui no meu coração :))))))))))
Oi querida obrigada pela participação lá no blog, estou aqui para seguir você e te chamar para participar dos nossos sorteios.(Se não servir para vc, você pode presentear uma amiga) Beijo grande!
ResponderExcluirhttp://mundinhodobebe.blogspot.com/
Realmente um marco na dramaturgia brasileira. Amado e odiado, sempre polemico e genial, deixou um acervo inigualável.
ResponderExcluirBjux
Oi Luma
ResponderExcluirEu sou uma que não amo tanto, mas também não odeio.
Gosto..... de algumas coisas dele.
Mas que foi importantíssimo para a época, até os dias de hoje, isso foi.
beijos
PS: Nos cuidamos direitinho do seu blog?
Luminha, adorei teu texto, e gosto de Nelson Rodrigues, até acho que sou meio rodriguiana. Adorei a visita lá no meu blog.Beijo grande.
ResponderExcluirNelson Rodrigues sempre genial
ResponderExcluirvistem meu blog tb
blogdofernandocamargo.blogspot.com
Grande Nelson Rodrigo. Parabéns pelo texto Luma
ResponderExcluirBeijos
Que volta triunfal, Luma... texto maravilhoso, se eu te falar que li e reli?
ResponderExcluirA nossa solidão nasce da convivência humama, que verdade absurda essa.
É um gosto escandaloso (para quê bancar a falsa puritana)mas eu gosto de Nelson Rodrigues.
Bjs
Mah
Querida amiga,
ResponderExcluirBem interessante o teu texto, com partes sérias e outras que fazem sorrir.
Luma, esqueceste de fazer um link para o xampu do moço...e agora, como é que me informo ???
Gostei do teu comentário muito pertinente no meu blog sobre o casamento. És jovem, não és ? Eu não...tenho 57 anos...
Beijinhos
Verdinha
Luma,um excelente texto!Muito bem feita a biografia do grande Nelson Rodrigues,autor de vanguarda,polemico e irreverente!Adorei!Bjs,
ResponderExcluirNão gosto do Nélson Rodrigues. Respeito quem goste.
ResponderExcluirBig Beijos
Quando leio textos como estes fico com a noção exacta do meu analfabetismo.
ResponderExcluirQuantas vidas teria de viver para conhecer tanta coisa que descubro no dia a dia? Entre elas estará de certeza Nelson Rodrigues de quem não conheço rigorosamente nada.
Um abraço
Luma, eu sou fascinada pelo Nelson Rodrigues. Além do fato dele ser (ter sido) tricolor (hohoho), concordo que seja o maior dramaturgo brasileiro. Apaixonei-me quando li O Anjo Pornográfico, do Ruy Castro, na faculdade. A partir daí, comecei a ler as obras e procurar crônicas escritas em jornais.
ResponderExcluirMuito válido seu texto.
Oi Luma, você prá variar um naufrago na escuridão com uma lanterna no pescoço...
ResponderExcluirPor vezes penso que a vida não merece ser dita vivida enquanto não lermos algo de Nelson Rodrigues... Me perdoe quem gosta de tv, mas não os textos adaptados... Não, os escritos puros e escandalosos de N.R.
Beijos
Luma, este site que indicou foi criado pela filha dele. Acho que teremos muitas novidades, coisas não vistas anteriormente neste ano de comemoração.
ResponderExcluirEm geral, as pessoas que dizem não gostar de algo, principalmente da obra de um artista tão eclético, o fazem por simples ignorância. A culpa não são delas que são apresentadas pelo meio mais fácil e superficial como a tv. Concordo com o comentário acima e o NR apresentado nas adapatações televisivas é bastante rude, muito pouco inteligente, quase um machinho brasileiro.
Chego amanhã às 17hs.
Besitos miles.
Lindo o teu post e adorei a lenda do chinês e o balde por lá no comentário...beijos,chica e lindo fds!
ResponderExcluirMeu primeiro contato com o Nelson Rodrigues foram as crônicas das revistas, A vida como ela é. Era muito criança nem entendia o que ele escrevia mas ficava fascinada por aquele mundo obscuro. Mas achava aquilo tudo ficticio. Com o tempo, a vida me mostrou que " de perto ninguém é normal e ao meu redor tantos e tantos personagens seus tomaram vida. Inclusive eu mesma.
ResponderExcluirÉ isso que o cult faz, mostrando a realidade como ela é, nua e crua, sem caras e bocas, máscaras e maquiagens, por isso Nelson choca tanto e é incompreensível para muitos. Assim como no cinema Bergmann, Cronnemberg, Godard, Lynch e tantos outros. A realidade é uma das coisas mais difíceis para o ser humano...
ResponderExcluirAssisti a peça de Nelson, aqui em Sp, dirigido pela Norma Bengell. Maravilhosa!
Beijos e um bom fim de semana!
Liz
Olá Luma,
ResponderExcluirEste é um escritor que é amado ou odiado. Eu gosto da forma que ele traz o seu pensar.
Muito interessante esta sua crônica sobre Nelson Rodrigues. No seu vai e vem de cenas entrecruza momentos que pinçam seu inquieto pensar que vaga entre as várias questões que envolvem o viver.
Adorei o título e concordo com a frase "o homem deseja sem amor e a mulher deseja sem amar"
bom final de semana.
Luma, vou admitir que há coisas de Nelson que gosto muito, e outras que não gosto tanto. Adorei seu post.
ResponderExcluirBeijos