Bye, bye, Outono!

Foi-se, finalmente o Outono, não sem antes fazer algumas grosserias e malcriações: trovejou, relampejou, choveu e inundou.

Vai-se embora a estação que mais gosto, especialmente das tardes com paisagens de matizes envelhecidas e brisa dançante, a luz mansa e as cores desabrochando em flores. Do Sol que se põe.

Belos os dois, Outono e tardes!

O Sol disse a hora do seu adeus: inclinou no céu e suas viagens ficaram cada vez mais curtas, as noites mais longas, o crepúsculo chegando mais cedo e as manhãs molhadas com orvalho. O vento, antes, refrescava; agora causa arrepios e chama os agasalhos das gavetas.

O Outono é tranquilo, convida ao recolhimento. Contudo, com uma pitada de tristeza misturada no ar, o crepúsculo e as folhas que se despedem num último adeus. Dizem o que somos: somos seres crepusculares, outonais. Quem quer que pare para ouvir as vozes do Outono e da tarde perceberá que, dentro da sua beleza, nos falam a nossa vida e a nossa morte.

Aquilo que para uns é a Primavera, para outros é Outono. É tudo uma questão de latitude. Enquanto aí os passarinhos começam a chilrear, aqui é tempo de vinho. Não sei quem fica a ganhar, sei somente que um ciclo se fechou. Inverno chegou!

Vai outono com beijus doces...

Inspiração que chegou no finalzinho da tarde. Obrigada, Su!