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Somos aquilo que consumimos


O Max, meu cachorro passou mal durante a madrugada. Deixei recadinho ali do lado no Twitter, vocês viram? Ninguém aqui usa o Twitter? Não sabem para que serve? Pode ser diversão, pode ser um mini-blogue, pode ser um alimentador de voyerismo, pode ser qualquer coisa! Eu estou usando como quadro de recados!

O Max usa uma guia adicional quando vai ao veterinário. Um preventivo no caso de encontrar outros cachorros. Ele é de uma raça super dócil, não precisando de focinheira. Só tive problemas com ele uma vez, por causa do "homem feio". Um dia ainda conto essa história.

Ele não come carnes, tem alérgia. Come somente ração de vegetais. Meu amigo - que péga ele emprestado para fazer fita com as garotas - deu maçã para ele comer. Até aí tudo bem. O Max adora frutas! Mas depois ele deu banana, melancia, laranja...deu uma salada de frutas. Ele ficou enjoado. Ficou na Clínica até no final da tarde, tomando soro.

Andei lendo umas postagens da blogagem coletiva do Dia Mundial da Terra e muita gente falou em parar de comer carne. As carnes não continuam as mesmas, nem as cozinhas. Elas evoluíram muito desde os tempos em que geladeira era artigo de luxo e que McDonald’s era apenas sobrenome de um americano que sonhava abrir uma lanchonete na Califórnia. O mundo evoluiu, mas não eliminou o medo que a população tem de comida estragada, tanto no primeiro mundo quanto nos confundós do Judas.


Há mais perigo rondando um prato de comida do que podemos imaginar. A carne de frango, por exemplo, presente em quase todos os cardápios do planeta, contém altas doses de dioxina, uma substância cancerígena que não existe na natureza. Veneno pouco conhecido e que provoca diversas doenças é cria do próprio homem. É extremamente tóxica e uma vez absorvida é dificilmente eliminada.

Doenças e possíveis efeitos da contaminação:
· Diversos tipos de câncer, como de fígado, rins,pulmão, seio e sangue;
· Cloracne (acne clorada) provoca erupções na pele como se fosse uma acne grave, porém atinge o corpo todo;
· Endometriose, uma doença em que o tecido do útero cresce em outros locais do corpo;
· Quedas na taxa de esperma e testosterona;
· Dificuldade de aprendizado;
· Diabetes e efeitos estruturais na formação dos dentes.

A dioxina é subproduto de processos industriais das reações químicas quando é utilizado o cloro. Ela apareceu no início do século, quando industriais descobriram como separar o cloro do sódio em moléculas de sal.

Ela é produzida principalmente na fabricação de pvc ou na queima de produtos à base de pvc; na produção de herbicidas ou pesticidas; na fabricação de papel ou tecidos que usem alvejantes a base de cloro; na queima de lixo industrial ou hospitalar. Ela contamina o solo em até três camadas, não sendo solúvel em água ou no ar.

Na década de 60, quando os EUA dizimou florestas no Vietnã com arma química, essa era composta de dioxina - o agente laranja. Depois da guerra, cientistas começaram a perceber o perigo da nova substância criada pelo homem.

Comida estragada afeta todos os povos e no Brasil a dioxina, dificilmente seria detectada, porque existe apenas um laboratório no país capaz de verificar a presença dessa substância – O Centro de Excelência Geoquímica e Meio Ambiente da Petrobrás – porém o custo para analisar apenas um produto, gira em torno de R$750, inviabilizando um controle abrangente.

Laboratórios sofisticados não são, nem mesmo na Europa, garantia de transparência ao lidar com casos de intoxicação alimentar.

Quem não se lembra quando a coca-cola posou de vilã? Na época, alguns países da Europa estariam com lotes da bebida com “gás Carbônico ruim” ou latas sujas de fungicida. Quem bebeu passou mal e França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo suspenderam a venda de todos os produtos da empresa e retiram dos supermercados mais de 50 milhões de garrafas e latas até que tudo se normalizasse. No caso da dioxina, a Bélgica, também teve a carne contaminada, sacrificando 8,5 milhões de aves.

No caso do Brasil os exportadores preferem apostar no produto que é vendido lá fora, baseando no rigoroso controle no qual são submetidos os alimentos brasileiros que vão para o exterior. Conseqüentemente, imagina-se que, mesmo o brasileiro não comendo o mesmo produto que é exportado, a carne interna não esteja contaminada; é impossível criar uma ave com dioxina e outra sem contaminação.

Lógico que esse raciocínio vale apenas para as grandes industrias exportadoras de alimentos. Os produtos consumidos no mercado interno, produzidos por pequenos produtores não passam por uma fiscalização tão rígida, sem contar os provenientes de abatedouros clandestinos. Nossa vigilância sanitária é altamente burocratizada, as empresas vencendo as filas, não têm mais empecilho para colocar produtos nas prateleiras. A partir disso, vende-se qualquer coisa.

Algumas intoxicações alimentares provocam apenas mal-estar, mas outras podem matar, como as decorrentes de contaminação por salmonelas, bactéria comum em alimentos crus e mal-cozidos.

A alimentação moderna vem misturada de ingredientes estranhos, criados para aumentar volume e conservar por mais tempo a comida. Estas mesmas técnicas que preservam e prolongam a qualidade dos alimentos e diminuem os riscos à saúde pública, também podem corrompê-los. Temos também os alimentos geneticamente modificados, concebidos justamente para multiplicar a produção e objeto de intenso debate no mundo todo, girando em torno dos supostos riscos à saúde causados por eles. Merecem um post à parte.

Difícil fazer o controle, já que a contaminação pode acontecer em vários momentos: na matéria-prima, na produção, no armazenamento ou na comercialização. Pelo menos um quinto dos alimentos que o brasileiro coloca no carrinho do supermercado ou na sacola da feira estão em desacordo com uma ou mais normas do Ministério da saúde. Quem se lembra dos palmitos colombianos que contaminaram com botulismo pessoas em São Paulo? Acham mesmo que estas conservas nadam somente em água e sal?

Os aditivos usados na industrialização de alimentos para manter o sabor, aroma e valor nutritivo dos alimentos, também causariam impactos na saúde, sendo tóxicos e diminuindo a resistência imunológica das pessoas. A cada ano cresce o número de pessoas alérgicas à corantes e conservantes, a maioria crianças que consomem demasiadamente balas, gelatinas, biscoitos, sorvetes e refrescos. Neste caso entra um outro vilão; a tartrazina, corante proibido e de uso restrito em vários países e no nosso brasilzão, amplamente empregado.

Por isso, leiam os rótulos. Se não souber decifrá-los não compre. Somente o boicote fará com que os fabricantes larguem mão do uso do aditivo ou em caso de necessidade do uso, este seja especificado alertando para o consumo exagerado.

O governo baixou normas para as bebidas e cigarros, porque não para os alimentos? Os alimentos quando acrescido de substâncias anormais deveriam conter uma bula com as contra-indicações.

Isso me fez lembrar do caso da professora da UFF que comprou uma garrafa de cerveja no interior do Rio de Janeiro e percebeu um corpo estranho dentro da garrafa. Ela abriu processo, mas não sei no que deu. Comigo aconteceu algo parecido; estava em um bar em Mogi das Cruzes e o garçon ao abrir a garrafa correu com ela. Pasmem, tinha uma barata enorme, ali, rente ao gargalo e do meu lado, sentado um representante de uma grande cervejaria nacional. No momento ficamos atônitos com o fato. Mas o meu acompanhante não poderia abrir um processo contra ele mesmo.

Fato corriqueiro em nosso país, os responsáveis não assumem seus erros, justo porque estão todos de rabo preso às esferas com que se subordinam.

Beijus,

...em quietude, sem solidão

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