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Europa x Turquia

Depois dos últimos acontecimentos na Europa, fiquei pensando na exacerbação dos sentimentos nacionalistas dos países ricos sobre os imigrantes de nações pobres e seus descendentes, vistos como ameaça econômica e cultural em um contexto de recessão.

Já tem um tempo que estou querendo falar sobre esse assunto. Você pode me perguntar: o que eu tenho com isso? Eu devolverei a pergunta, afinal, vive num mundo globalizado e ter que saber o que pode afetar a sua vida é o mesmo que perguntar, o porque que acessa a internet.

O Brasil não é uma ilha!

Alguém se lembra que, em Maio de 1993, neonazistas incentiaram uma casa de imigrantes em Solinger, na Alemanha? Foram mortas duas mulheres e três meninas turcas. Na ocasião foi dado um alerta mundial.

No ano anterior, a violência contra imigrantes, especialmente turcos, vietnamitas e ex-habitantes do bloco soviético, havia somado mais de 2.500 ataques racistas e 17 assassinatos. Na Alemanha foi restringido o direito de asilo depois que o país acolheu 700 mil imigrantes do leste europeu. Os 2 milhões de turcos e descendentes, representavam uma força econômica importante, faziam tarefas que os nativos desprezavam. Embora isolados e segregados, muitos se sentiam alemães, embora legalemtee não reconhecidos.

Na França, força políticas de extrema direita, como a frente Nacional Francesa, de Jean-Marie Le Pen, despontaram com peso parlamentar, especialmente na França, Alemanha e Grã-Bretanha com sentimentos de xenofobia contra os estrangeiros.


"Agora a Turquia não tem nada para dar à UE. Fizemos tudo relacionado ao critério político de Copenhague" - disse Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia, na cidade italiana de Naples.

O critério de Copenhague cobre liberdades políticas básicas e todo país candidato à UE deve cumpri-las antes de começar as conversações de acesso ao bloco.

Muitos dos que se opõem à Constituição européia rejeitam também a política de ampliação do bloco. No meio de tantas coisas ruins há um sinal positivo: no dia 1º de junho de 2005, entrou em vigor na Turquia um novo código penal, considerado um marco na caminhada do país, mais um passo no caminho da democracia e do Estado de direito.

Na França, grupos de direita relacionam a questão da Turquia com o debate sobre a Constituição. E na Holanda, receiam aquilo que consideram "muitos de uma vez e rápido demais", depois do assassinato do cineasta Theo van Gogh por um muçulmano, no ano passado.

Em dezembro passado, o Reino Unido assumiu a presidência da União Européia e junto com os chefes de governo e Estado asseguraram à Turquia, depois de uma conferência de cúpula, o início de negociações para o ingresso do país no bloco. As conversações começaram no dia 3 de outubro e ali pediram para que a Turquia reconheça o Chipre, pelo menos indiretamente como Estado membro da EU.

Mesmo que o texto da Constituição não aluda em nenhuma passagem o ingresso da Turquia e mesmo que o documento não seja ratificado, o bloco pode continuar aceitando novos membros. Isto continua valendo após o "não" dos franceses e holandeses.

De qualquer forma, as negociações com Ancara estão previstas para durar dez anos.

Nossa! Tanto tempo assim? Sim, não é tanto tempo se formos pensar no passado e tudo que já passou. É assim mesmo.

Ao fim deste longo caminho, poderá haver de novo um plebiscito. A população dos países membros da EU deverão pronunciar-se sobre o ingresso da Turquia.

A Turquia é mais próxima da Europa do que muitos pensam. Os opositores ressaltam as diferenças, mas esquecem o que há de comum. Não dá para rir de "piadas de turco". É que elas ou não têm graça nenhuma, ou têm um certo teor racista. Mas algumas até têm algo a dizer, como a seguinte, que traz à tona os traumas dos europeus em relação à política européia para a Turquia:

"Qual a diferença entre 1683 e hoje?
- Em 1683, os turcos estavam às portas de Viena, hoje eles não saem da porta do Aldi (rede de supermercados mais barata da Alemanha)."

Muita gente hoje deseja que a história se repita, sobretudo o êxito do século 17, quando os exércitos otomanos foram obrigados a recuar e desistir da ocupação de Viena. Quando se ouve, em qualquer bar, alguém começar com a frase "Não tenho nada contra os turcos", seguida por um "mas", pode-se ter certeza de que se trata de uma entre muitas pessoas que não estão nada satisfeitas com a paisagem humana mista em muitos países europeus.

É verdade. A Europa está cheia de pessoas cujas raízes culturais e religiosas remetem à Turquia. Também é verdade e aumenta cada vez mais o número de descendentes dos primeiros imigrantes vindos da Anatólia há cinco décadas, descendentes nascidos e crescidos nos quatro cantos da Europa. Com isso, o número de europeus de ascendência turca está crescendo, enquanto diminui o grupo clássico dos turcos aceitos em países como mão-de-obra operária.

Por que os turcos querem entrar para a UE, se são muçulmanos e membros de uma cultura completamente diferente da européia? O Império Otomano também sempre quis chegar na Europa, por que será?

"Quem tem medo de lobo não deve virar pastor", reza um ditado anatólio.

Quem tem medo de outras religiões e culturas não devia ter chamado a esmo gente de regiões estranhas. Mas quem se diz apto a assumir uma posição de liderança na política mundial deve ser capaz de dialogar com outras culturas e religiões. O abismo que separa finlandeses e portugueses, gregos e irlandeses também é enorme. Mas os turcos têm muito em comum com os países da UE.

O que liga os turcos a irlandeses e finlandeses, portugueses e gregos é o desejo de dividir valores universais como democracia, estado de direito, direitos humanos e desenvolvimento econômico como ponto de partida para a paz interna e externa. Esta disposição de incorporar os valores e normas europeus é prova de que os turcos interiorizaram um lema do fundador da sua República: "A Turquia tem que se elevar ao nível das civilizações contemporâneas".

A fim de atingir esta meta, ou seja, de se europeizar, extinguiu-se o califado, adotou-se o alfabeto latino e conferiram às mulheres direitos e deveres bastante modernos para a jurisdição da época. No entanto, bem antes do acordo de associação de 1963, os turcos já tinham se ocupado um bom tempo da Europa. Em 1492, os judeus espanhóis, cujos descendentes são membros respeitados da sociedade turca até hoje, foram salvos da Inquisição. O compasso três por quatro da valsa vienense conferiu ao gosto musical otomano uma nova dimensão de variedade. As línguas européias foram introduzidas na Turquia, sendo hoje dominadas pelas elites do país.

Para a Turquia de hoje, a aproximação da UE e o início das negociações de ingresso na comunidade coroam um intenso processo de modernização iniciado no apogeu do Império Otomano. Isso também contou com a contribuição de diversos europeus judeus e cristãos refugiados na Turquia durante o nazismo e retornados à Alemanha no fim da guerra, dispostos a participar da reconstrução. Eles sabiam que a Turquia era uma República, proclamada dez anos antes da ascensão de Hitler ao poder e quinze anos antes do pogrom da chamada Noite dos Cristais.

Quem busca argumentos contra a Turquia atualmente só procura mostrar os pontos negativos de um país que ingressou no Conselho da Europa já no ano sua fundação e em 1952 se tornou membro da Otan para consolidar e defender os valores liberais e democráticos da Europa.

O que se ignora é que os pontos positivos predominam de longe. Foram os turcos que provaram que o Islã, como religião popular, e a democracia laica de perfil europeu não são mutuamente excludentes.

O ingresso da Turquia na UE ainda vai demorar. Pode até ser que o medo da Turquia e de sua aceitação no bloco europeu tenha razão de ser. No entanto, isso não combina com a intenção européia de se empenhar por um mundo melhor, com base na tolerância e no reconhecimento das culturas e religiões.

Patriotismo significa se empenhar pelo bem-estar do próprio país, sem repudiar outros países.

O nacionalismo, por sua vez, ergue novos muros e "cortinas de ferro" na Europa. Isso tem que ser evitado!
Diria que nos próximos anos, iremos ouvir falar muito da Turquia...
Beijus,

*Coisa esquisita, se todos falam que vão lá votar, porque tem só 8 votos?

O "'não' dos gauleses" na imprensa européia

asterixOs jornais europeus deram diferentes enfoques à rejeição da Constituição européia na França.

Para o diário parisiense Libération, o voto popular desmascarou a União Européia como um quartel-general do ultraliberalismo e a falta de prestígio de uma classe de políticos franceses acostumados a enterrar a cabeça como avestruzes.

O diário conservador francês Le Figaro também anunciou o fim da era Chirac e perguntou até quando a França poderá se opor aos avanços do mundo industrializado e continuar defendendo um modelo social incapaz de questionar seus próprios privilégios.

O diário britânico conservador The Times interpretou o "não" dos franceses como uma reação ao pretenso fracasso da união monetária da UE, que "até agora só ocasionou um desenvolvimento econômico lamentável, desemprego em massa, o refortalecimento do protecionismo e uma atmosfera propícia para extremistas".

O jornal liberal de esquerda The Independent, também de Londres, considera uma ironia o fato de serem justamente os franceses, os principais mentores do processo de unificação européia, a vetar a Constituição comum.

O jornal suíço Neue Zürcher Zeitung ironiza o resultado do plebiscito como "revolta na aldeia dos gauleses" e prevê uma ampla discussão européia sobre o sentido dos plebiscitos. O La Repubblica, de Roma, considera a crise desencadeada pelo veto francês a mais grave em aproximadamente 50 anos de União Européia.

Para o Tagesspiegel, de Berlim, o diagnóstico realista após o "fiasco do referendo" na França é: "A Constituição européia está morta. (...) Respeitar o voto dos franceses só pode significar o fim do processo de ratificação e declarar a morte da Constituição. Continuar a ratificação só fortaleceria o sentimento de impotência diante de um projeto, o que contribuiu para o clima antieuropeu na França
".

Pesquisas de opinião advertiram nas últimas semanas que os eleitores aproveitariam o plebiscito para protestar contra o presidente Chirac e o governo Raffarin, colocando, assim, as bases para as eleições presidenciais de 2007.

Chirac, no entanto, ressaltou várias vezes que a vitória dos críticos à Constituição européia não seria motivo para renúncia. Observadores políticos acreditam que o bode expiatório deva ser o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin.

Hoje (31/05) Dominique de Villepin foi designado novo primeiro-ministro pelo presidente da França, Jacques Chirac e enfraquecido explicou suas decisões aos franceses em uma transmissão por rádio e televisão às 15hs – horário de Brasília. Chirac advertiu que o "não" francês obrigará seu país a ficar marcando passo, enquanto a Europa avança.

O veto dos franceses à nova Constituição da União Européia, no plebiscito de domingo (29/05), não significa o fim do processo de unificação da comunidade. Provocaram sim foi uma crise que está sendo repercutida negativamente em toda a Europa. A recusa de um país que foi um dos motores da idéia durante mais de 50 anos, não representou um fracasso do projeto constitucional da EU, visto que o processo de ratificação continua conforme o planejado.

Observadores políticos vêem que o resultado pode influenciar os próximos plebiscitos, como o da Holanda, nesta quarta-feira (01/06). Seguem-se Luxemburgo (10/07), Dinamarca (27/09), Portugal (outubro de 2005). Reino Unido e Irlanda não têm data marcada para seus referendos, enquanto na Polônia e na República Tcheca ainda não foi decidido se a ratificação será mesmo por plebiscito. Em todos os demais países-membros, a ratificação se dará por decisão parlamentar.


A Espanha foi a primeira a aprovar o documento através de plebiscito, no dia 20 de fevereiro. Em outros oito membros da União Européia, a aprovação se deu em nível parlamentar: na Alemanha,no final de maio e, antes disso, na Eslováquia, Áustria, Grécia, Itália, Lituânia, Eslovênia e Hungria.

Afinal, nove países, já oficializaram a adesão à Constituição européia e o prazo geral de ratificação só expira em novembro de 2006. Depois disso a comunidade reavaliará a situação em um encontro de cúpula. Dando continuidade ao processo de ratificação e a conclusão de que não poderá haver uma renegociação, a França terá que reforçar os pontos em comum que estimulam a Europa. O encontro de cúpula da UE em meados de junho será momento adequado para discutir a questão.

Após o término do processo de ratificação, os países contrários à Constituição européia devem sugerir possíveis soluções ao impasse, respeitar a soberania nacional e as decisões democráticas dos países da comunidade. O ideal seria realizar um plebiscito geral sobre a constituição, evitando influências de questões políticas internas dos países membros sobre o processo de unificação da Europa.

E se você me perguntar o que eu tenho com isso? vou lhe contar uma historinha de 3 cidadãos:

Dizia um inglês para um francês e um brasileiro:
- O meu avô era tão alto que esticava o braço e acertava os ponteiros do relógio da torre de Londres.
E o francês:
- Mais alto era o meu avô que esticava o braço e passava com a mão acima da Torre Eiffell
E o brasileiro:
- E teu avô quando passava com a mão acima da Torre tocava numas bolinhas não era?
- Era era - responde prontamente o francês.
- Pois essas bolinhas eram os tomates de meu avô ...

O Brasileiro é auto suficiente e não precisa entender o mundo?

Beijus,

...em quietude, sem solidão

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