Mostrando postagens com marcador 21 de Outubro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 21 de Outubro. Mostrar todas as postagens

Vazio. Frio. Como às vezes. Só as almas.

luzdeluma

Nem só de gelados e bolas de Berlim degustados no calor do verão vive uma mulher!
Amiga(o), a vida é assim...


"Eu não vou estar aqui pra sempre,
você não mais receberá notícias minhas,
você nunca nunca mais,
mesmo repetindo: nunca nunca mais,
eu não vou estar aqui pra sempre..."

Assim dizia o bilhete de despedida que ela nunca entregou. O último e desnecessário adeus. Não precisavam de mais despedidas e eles já haviam despedido várias. Mas aquele 'adeus' era o primeiro e definitivo adeus dito em alto e vítreo som, como qualquer adeus ansioso por liberdade.

Foi quando ela parou de dormir. Porque dormir também é saber dizer adeus. Dar serenidade ao dia que terminou. Ficar inteiro, pronto e confiante para o próximo despertar. Acordar vigilante e disposto para o futuro. Quem se afoga, sente o tempo correr para trás. Impossível dormir. O corpo pede socorro, a mente não desliga e o passado vai espalhando raízes de hera pelos pensamentos. Mesmo os novos pensamentos se formam como os antigos: errados, vazios e sombrios. É impossível dormir! desligar-se para ter que esquecer aquele último instante. E ver os dias se acabando com uma vontade incontrolável de jogar-se num vazio. Ela queria pegar as horas e fazer delas simples sucessões de fatos, um emendado no outro, cinco, dez, dezenove dias valendo por um só. As semanas, os meses - horas e mais horas - e o pensamento ainda sente, e afirmaria até, que foi anteontem, o tempo não passou! Aquilo não era ela. Seria um filme, a vida lhe pregando peças?



Desculpe por ligar assim tão tarde, ou tão cedo, já que são cinco da manhã, mas eu precisava ouvir a tua voz e te dizer que... era assim que ela gostaria de começar a conversa. Nó na garganta, covardia. Não rolou.

A conversa que nunca conseguiu ter, para não admitir desespero. Jamais teria coragem para ligar tão cedo ou tão tarde. Jamais teria condição de se perdoar. Mesmo sabendo que tanto silêncio assim a mataria.

Eu teria feito qualquer coisa para você voltar se achasse que faria diferença!! Me pede e eu faço!! Faça qualquer coisa...alguma coisa.

E ela gritaria na frente de todo mundo, quando o visse cara-a-cara novamente, e sentiria os joelhos dobrarem-se, o laivo de vida que restava de orgulho. Tá. Esse prevaleceu. Ela não fez. Não deixaria que ele a visse naquele estado. E só conseguia pensar na ausência dele, obcecada em colar os cacos da sua extensa e frágil coleção de imagens, de fatos, de explicações por ter dado errado.

Não é melhor perder mais alguma coisa importante antes de afirmar que bastou? Porque quer mais? Você não acha que perdeu o bastante, acha? Você precisa de muito mais colhões pra aprender, não é? O que você escolhe? Passe no departamento de RH para pegar seu upgrade, ok? Você sempre foi racional, porque agora essa confusão de emoções? Faça você alguma coisa!

Eu jurei que não ia mais te escrever, perdoa, é que eu mantenho os olhos desviados, mas a cabeça não desliga nunca... assim começaria outro bilhete que ela não deixaria na porta dele, uma declaração de amor tão irrevogável quanto os seus delírios; um bilhete e uma única rosa vermelha já bem aberta, quase despetalando, que murchasse rápido.

luzdeluma

Como ela gostaria que esse amor, essa doença, esse susto, esse pavor passasse... desmanchando, murchando, despetalando, sem deixar nem o cheiro, apodrecendo pra servir de adubo pra um futuro que ela já desistiu de esperar.

luzdelumaEle:
"Você atravessando aquela rua vestida de negro
E eu te esperando em frente a um certo Bar Leblon
Você se aproximando e eu morrendo de medo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon"

- Não precisa conferir. Vá em frente sem olhar pra trás e não duvide nem por um único segundo de qualquer coisa, pois é assim que é. Eu vou estar sempre aqui. Assim terminaria a promessa eterna e definitiva, a estranha dedicatória que nunca viria a ser publicada.

Será sempre angustiante não poder voltar aquele instante, aquele instante em que fui mais feliz...

luzdelumaEla:
"Quando eu atravessava aquela rua morria de medo De ver o teu sorriso e começar um velho sonho bom
E o sonho, fatalmente, viraria pesadelo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon"

Ele: "Vamos entrar"
Ela: "Não tenho tempo"
Ele: "O que é que houve?"
Ela: "O que é que há..."
Ele: "O que é que houve meu amor,"
Você cortou os seus cabelos..."
Ela: "Foi a tesoura do desejo,
Desejo mesmo de mudar"

O desejo de mudar. Como tudo passa! Passa a dor, passa o medo e um amor morto sempre fortalece outro que há de vir sempre mais forte.

Amem crianças! Amem quantas vezes puderem. Porque tem lógica um amor substituir outro. Ou não. Ou então, tenham muitos amores, amem mais que um amor. Na realidade gostamos mesmo é do amor - Amém!

*Este postezito foi feito para uma pessoa que ama muito, porém me omito para preservar a sua identidade.
**Citação em vermelhito da música "Tesoura do Desejo" de Alceu Valença.

...em quietude, sem solidão

Leia o luz no seu celular
get click

Algumas coisas não têm preço

finalista the weblog awards 2005finalista the weblog awards 2006
finalista the weblog awards 2007weblogawards 2008

Me leve com você...

facebooktwitter

Copyright  © 2021 Luz de Luma, yes party! Todos os direitos reservados. Imagens de modelo por Luma Rosa. Publicações licenciadas por Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial- Vedada a criação de obras derivadas 2.5 Brasil License . Cópia somente com autorização.

Tem sempre alguém que não cita a fonte... fingindo ter aquilo que não é seu.

Leia mais para produzir mais!

Atenção com o que levar daqui. Preserve os direitos autorais do editor