Blog Action Day '09

Professores e Mudanças climáticas


blackholesstorm-72
imagem

Oi, Professor!! Parabéns pelo seu dia! Vi a fotinha acima em um site e fiquei em dúvida, se era evento estelar ou terreno. Pode me ajudar?

Esta foto é de uma blackholesstorm 72 e representa bem a entropia do universo, seus tumultos, erupções de estrelas, desmoronamentos de buracos negros, colisões de galáxias... eventos que acontecem a toda hora no cosmos e mesmo que indiretamente, essas revoluções nos afeta, sem tomarmos consciência, pois somos parte integrante deste universo.

Não pense que somente no cosmos acontecem esses fenômenos, no interior da terra eles também acontecem. A terra está em constante mutação. Mas não vemos, não é? Estes eventos estão no interior da terra em ebulição e só tomamos conhecimento, quando acontecem os 'fenômenos naturais', terremotos, maremotos, vulcões em erupção, furações... e você pode assistir cotidianamente no espaço do noticiário.

A sua pegada na terra tem seu peso, o que dirão, várias pegadas, perfurações no solo, pedreiras que explodem, construções enormes, desmatamentos... tantas ações realizadas pelo homem que impensadamente machuca "Gaia".

Vou lhes contar um segredo, pode até ser ignorância minha, mas... morro de medo das consequências que as perfurações nas camadas de rochas que envolvem o subsal podem acarretar nas camadas mais profundas do subsolo marinho para a exploração do petróleo. A meu ver uma nova agressão, porém à título da sobrevivência (?)

A ousadia, o uso de novas tecnologias sísmicas e técnicas avançadas de perfuração do leito marinho, possibilitaram identificar essa camada de rocha 'pre-sal', que se formou ao longo de milhões de anos, entre grandes oscilações no nível dos oceanos e sucessivas "Eras Glaciais".

O pré-sal na costa marítima brasileira, está localizado além do nosso território dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil e se outras fontes estiverem fora da ZEE, mas dentro de nossa área de plataforma continental, o Brasil poderá reinvidicar exclusividade, mas, sempre é bom lembrar que alguns países, não assinaram a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, outros nunca tomaram conhecimento deste tratado e mais além, entre os que assinaram, não raficaram o mesmo. O petróleo será nosso?

Eu acabei de voltar da praia e estive a olhar além de suas profundezas. É poético e também patético, quando olhamos além da sua beleza e visualizamos a burrice humana.

barquinho a deslizar no mar

Visualizei um barquinho com um povo engraçado. Eles passeavam, iam, voltavam e parecia que estavam procurando por algo. Resolvi tirar uma fotinha porque também imaginava que aquele barco, iria empinar, voar ou quem sabe afundar.

Deixando de lado o engraçado da situação, pensei no que não era legal. Eu pensei, estou relaxando não vou ligar para essas coisas, mas como não ligar se tudo nos afeta? Resolvi olhar as coisas pelo lado bom, para não pensar que aquele barquinho que ia e voltava estava gastando combustível desnecessário, além da poluição sonora. Do meu ponto de vista, não há nada melhor do que, parar o barco em alto mar e apreciar a vista, curtir o momento silencioso e ouvir somente a água batendo no casco.

Aparentemente estão todos preocupados com o meio ambiente, mas vir a tomar atitudes que ajudem a preservá-lo é uma outra história. Mesmo os "experts" na matéria, hora ou outra pecam, quando é para implementar na labuta diária, atitudes que venham, de certa forma educar a nossa ânsia pela destruição. Em um congresso ambiental, vi a chegada de oradores, cada qual em transporte privado e individual, realmente um grande esforço de cada um dos “pregadores” para cumprir as preocupações que transmitem.

Apesar de vivermos a era da informação, do instântaneo, algumas atitudes levarão tempo para as pessoas assimilarem. A água é um exemplo disso. Uma atitude simples a ser adotada é uma lixeira no banheiro. Muitos insistem em transformar o vaso sanitário em recipiente do lixo - isso faz gastar água desnecessária em descargas mais demoradas.

Ademais, "... O que é mais nojento, jogar o papel na lixeirinha ou jogá-lo diretamente na água do vaso? Pense primeiro, antes de responder: para onde vai este esgoto? Para uma estação de tratamento ou direto para a natureza? Tome a sua decisão e faça a sua parte" [leia mais: E o seu "número dois", para onde vai?"

Voltemos à praia. Eu sempre carrego um recipiente para o lixo no caso de não encontrar um na praia e retorno para casa com ele, se não encontro um pelo caminho. Se por ventura na praia encontro cacos de vidro, embalagens, vou colocando tudo ali dentro e já cheguei a distribuir esses recipientes para as pessoas a minha volta.

O Blog Action Day propõe uma blogagem coletiva para questionarmos as mudanças climáticas em ação global, para analisarmos o que as pessoas fazem para ajudar a conter os impactos futuros de suas próprias ações e também de alguns governos, em especial os EUA. O que eles estão fazendo para preservar a natureza, o meio ambiente e economia de recursos?

Logicamente que todas as ações relacionadas ao meio ambiente, no fundo possuem fundamento político, ideológico e demonstram o modo que nos relacionamos com o resto do mundo e com o nosso próprio consumo. Para mudar esta realidade muitos valores terão que mudar, mas tudo depende de onde queremos chegar. O Primeiro passo é ter consciência e passar essa consciência adiante, para tando, temos que mudar a nossa mentalidade e o nosso modo de agir comunitariamente. Não será lendo blogues que tratam do assunto, que estarei fazendo a minha parte, a leitura só terá validade, se eu colocar em prática, tudo aquilo que foi lido.

Quando eu ainda não blogava e era pequenininha lá em Minas Gerais, algumas pessoas me ensinaram a olhar o mundo de forma a preservá-lo. Mamãe dizia, lixo é na lixeira! e a minha professora, o mantinha no canto da sala. - O mais engraçado é que aquela lixeira, vivia vazia.

Eu tinha uma professora, a Dª Fátima. Ela foi minha professora por quatro anos, desde quando fui alfabetizada. A cada ano que terminava, ela pedia para continuar com a turma e éramos/somos uma turma muito unida, graças à Dª Fátima.

Quanto à lixeira vazia - ela reciclava tudo que íamos jogar no lixo e nos ensinava como fazia. Aprendemos a reciclar papéis, fazer adubo com cascas de frutas, enfeites com a madeira que saía do apontamento dos lápis ou triturando, juntando cola e moldando novos objetos. Estes são alguns exemplos, que a Dª Fátima nos deu, de como reciclar materiais, mas o maior exemplo, veio do seu modo de ser.

Professor, tome conhecimento do "Desafio, mudanças climáticas 2009" e saiba como desenvolver com seus alunos, um projeto educacional visando enriquecer de informações e conteúdo, aulas destinadas à conscientização ambiental.

Hoje também o blogue "Poderantes" do Valdeir Almeida, promove uma blogagem coletiva "Professores do Brasil" em homenagem ao professor. Qualquer pessoa está convidada a participar, seja com uma poesia, um relato, um texto crítico, imagem, vídeo ou o que você quiser - Elogiando ou criticando.

Eu prefiro enxergar a profissão de professor, ainda com olhos românticos, porque esta foi a vivência que tive e perceber que, tal qual os nossos pais, eles são exemplos. Sobre as mudanças climáticas ou aquecimento global, os professores têm papel importante nesta conscientização, por serem propagadores de cidadania e ética na formação do indivíduo.

Dentre as coisas que aprendi, foi que o homem mostra o que é, diante daquilo que ele consome. Qual a sua pretensão, continuar magra (o) e feliz? ohohoh ... Reveja o que consome e se isto não afeta o seu modo de interagir com o mundo.

Proponho a leitura do "Livro negro das marcas - O lado obscuro das empresas globais" do jornalista austríaco Klaus Werner e Hans Weiss. Neste livro é feita denúncia de 50 empresas globais, para citar algumas: Adidas, Bayer, C&A, Coca-Cola, McDonald's, Monsanto, Nestlé, Nike, Siemens, Shell... empresas que além de estarem indo contra todos as diretrizes de proteção ambiental, sustentam corrupção, trabalho infantil, tráfico de armas e a tortura de animais. Se você não liga para o meio ambiente, saiba que essas empresas, toleram tortura, escravidão e vendem produtos ilegais e perigosos.

Este livro, li numa publicação portuguesa, mas a editora Quarto Setor de Belo Horizonte fez promessa de publicação ainda este ano, fiquem espertos! Acho que até já foi publicado.

Eu já falei aqui do nióbio e não vou repetir, se interessam saber, procurem por este livro, que também fala do tantalum, elemento metálico raro que conjugado com o niobio do tantalita passa a se chamar columbita. Elemento básico para fazer os condensadores eletrônicos serve para armazenar carga elétrica.

Um dos pontos chaves da mineração do coltán (columbita) é situado entre o Congo e Rwanda, países devastados pela violência de guerras civis sangrentas e o comércio deste material está nas mãos de líderes rebeldes que fazem a guerra. As companhias tecnológicas da indústria eletrônica estão implicadas na compra do coltán e manchadas de sangue. Sangue que somente no Congo foi recebido mais de 3.3 milhão de vítimas do começo do conflito.

Vale lembrar que nenhum computador, celular ou video game, não funcionam sem essse material.

Este é um dos artigos que O Livro preto das marcas compila. Uma investigação jornalistica exaustiva. Não é um livro para ler antes de partir para a cama, é um livro heartrendering porque põe em evidência os panos sujos, das companhias transnacionais.

Se para preservarmos o nosso planeta temos que combater as grandes marcas, você está preparado no boicote de produtos? Qual produto quer eliminar de sua vida?

A vida é uma escola, não fuja dela!

17 comentários :

  1. Quanta riqueza encontrei neste blog! Textos muito bem escritos, sugestões, variedades, enfim, você está de parabéns!

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  2. É Luma, falou e disse! A indústria do apocalipse diz que somos um nada, que não podemos interferir, nos rebaixa, nos oprime.

    Saio de discussões e palestras sobre o tema, arrasada. Então, não vou mais.

    Agora acredito nisso que vc deixou claro. Até onde estou disposta a ir? Quanto posso suprimir? Deixarei a hipocrisia de lado? Ou seja, hoje em dia eu acredito em ações pessoais, são elas que libertam.

    Assim, no fundo, estou pronta para não comprar mais certos produtos, e não invocar a lenga-lenga de que não faço a diferença? Eu faço a diferença. Você faz a diferença,
    Vamos nessa nos questionar.
    Abraços procê.

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  3. Parabéns Luma pela postagem, um texto explicativo, claro e de fácil entendimento.
    Faço de sua palavras as minhas.
    "PARABÉNS PROFESSORES"
    Beijinhos

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  4. che, adorei a fotinha :D

    bj @}-->---

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  5. Anônimo23:39

    Até para coçar a cabeça, pode surgir uma dúvida: "Qual a marca deste xampú que usei?"
    A partir daí, já sabemos que uns buscarão a informação, outros mandarão alguém buscar, além daqueles que nem vão se manifestar.

    É este comportamento que muito se vivencia nas escolas também, da própria com os professores, fazendo com que muitos projetos sejam apenas textos descritos com termos pedagogicamente corretos, para serem "carimbados e assinados". Da mesma forma que só lermos os blogues especializados não nos adiantará em nada, apenas escrever ou idealizar um projeto escolar, também não, mas vai chegar a um único lugar: o da frustração.

    Parabéns pelo texto.
    Bj
    Marcelo.

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  6. Oi, Luma!!!

    E parece que as salas de aula estão em outro planeta!!!
    Parece que não há conexão entre o que é desenvolvido entre as paredes da escola e a vida!!!

    Infelizmente!

    Falar sobre as questões propostas no teu texto ou realizar práticas como as da tua professora, dona Fátima, são coisas bastante distantes do cotidiano da maioria das escolas...

    Abraços!!!

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  7. Luma

    Sou presenteada quando tenho tempo de vir aqui!

    Grande beijo!

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  8. A vida é uma escola e teu blogue me trouxe profundas lições.

    Grato.

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  9. Olha, não acredito q se possa ser 100% cuidador do planeta se ainda queremos aproveitar a modernidade. Pois quantos viveriam hoje sem celular, internet, tv, carro e por aí vai. Podemos sim, criar mecaminsmos d desaceleração.
    Como professora digo q enquanto os trabalhos estudantis estiverem atrelados a pontos, não será obtida uma mudança d postura já q a maioria só os fazem p/ ganhar os pontos e a vida continua a mesma. Varrem suas calçadas c/ mangueiras, jogam lixo na sala d aula, na rua, nos rios e praias, transam sem camisinha, dirigem sem segurança p/ si ou p/ os outros. Nossa, não sei onde isso vai dar, mas como dizia uma música do Raul Seixas, "PARA O MUNDO Q EU QUERO DESCER".
    Abraços, bom fim d semana.

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  10. Mudar é uma grande desafio e será que estamos prontos pra protagonizarmos uma grande mudança?
    porém uma mínima atitude pode ser transformadora.

    ótimo post obrigado pela visita.

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  11. Anônimo12:14

    Texto lindamente rico, instrutivo, esclarecedor e esperançoso. Obrigada pelo comentário e participação no Brasil do bem. Se blog é excelente.
    Abraços,
    Janeisa

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  12. Oi, Luma!

    Quanto tempo sem vir aqui. Comentar, então... Sorry! :)

    Bom, dizer que o texto está perfeito é desnecessário. Como você bem apregoa, cada um pode fazer sua parte no dia-a-dia, com pequenos gestos e atitudes. Procuro fazer a minha, mas há momentos que dá vontade de mandar tudo pro "espaço", fico me sentindo um idiota por querer fazer a diferença. Mas aí a minha consciência (só ela é capaz de nos mobilizar) volta ao normal e sigo em frente com meus pequeninos ideais.

    Vou tentar encontrar o livro negro indicado, mas sobre isso tenho agido instintivamente em relação a uma determinada marca (não sei se ela tem algo de tão podre e se está entre as marcas citadas no livro) que, aliás melhor nem citar pra evitar processo, quando vejo publicidade de produtos dela já fujo rapidinho. Senti-me desrespeitado e agora tenho birra da tal marca. rsrs

    Outra coisa que concordo é sobre os professores que tivemos. Posso dizer que até hoje tenho saudade daquela época. Hoje há tantos melindres em sala de aula que os alunos acabam agindo como vemos nos noticiários atualmente: violência, truculência... Poucos sabem o que é respeito e cidadania!

    Tenha um ótimo final de semana!
    Beijo!

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  13. Luma, eu acho que na verdade nós, humanos, somos experts na retóricas, mas falhos demais nas atitudes.
    Falo por mim.
    Tenho momentos de dedicação às causas importantes, mas vez por outra me vejo jogando lixo no chão
    nao sou hipócrita p/ dizer q sou um ativista ou coisa assim
    mas sei q posso melhorar minha conduta e talvez com isso [e c/ ações públicas] estimular pessoas a trabalharem em prol do bem comum.

    temos q mudar nossa postura acomodada
    e por a mão na massa...
    se boicotar as grandes empresas faz parte, por não?
    eu posso viver sem coca-cola facilmente...

    enfim, há muito pra fazer.
    seu post me ajudou mt

    bjokas

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  14. Finalmente alguém no Blog Action Day lembrou das grandes empresas com sede em vários lugares e países. Estava quase acreditando que só meu esgoto fazia todo o estrago.
    Mas quem vai de contra elas?
    Pois se a maioria são americanas, que por coincidência foi o País que não assinou o protocolo de Kioto.
    Eu sei que por outro lado tem a questão: Será que a quantidade de óleo usada por pessoas de um prédio equivale ao uso numa lanchonete do McDonals???

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  15. Luma
    Quanta coisa aprendi, lembrei e recordei.
    Seu blog é demais.Vou colocar no meu favoritos
    Parabens e muito obrigada pela contribuição e por ter passado por lá.

    Com carinho Monica

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  16. Luma, muuito bom sua postagem. Achei curiosa a foto blackholesstorm!

    Parabéns!

    Obrigado pela visita ao Muleque Doido, espero que volte sempre!

    Grande abraço, sucesso!

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  17. Luma
    Vim aqui te agradecer pela visita no dia do meu aniversário. E gostei muito de encontrar esta postagem que me deu um pitaco sobre o fato de jogar papel no vaso...ai, amiga, eu faço isto porque tenho nojo de jogar na lixeira mas, vou repensar. Quanto às praias, tenho o hábito de catar qualquer lixinho que vejo jogado nas areias...Obrigada pelas dicas que deu aqui!
    Bjs

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